SEM ESPAÇO
FÁBIO ROCHA/TV GLOBO
Maria Adelaide Amaral em posse da Academia Paulista de Letras; ela foi dispensada pela Globo
Autora de sucessos como A Muralha (2000) e A Casa das Sete Mulheres (2003), Maria Adelaide Amaral foi dispensada da Globo após 32 anos na empresa. Desde 2017, ela tentava emplacar um projeto na grade da emissora, mas não conseguia espaço. "Estava claro que eu não tinha lugar lá", afirmou a dramaturga de 80 anos.
A informação foi divulgada por Mauricio Stycer, do Uol. Ao colunista, ela disse estar bem com a decisão da empresa. "Vivi o melhor momento da Globo. Não tinha mais aquela autonomia de propor".
A autora estava tentando tirar do papel um projeto baseado na vida de Carlos Gomes (1836-1896), o compositor de O Guarani. Inicialmente previsto para ser uma minissérie, foi transformado, a pedido de Silvio de Abreu, numa novela de época, com 125 capítulos.
Com a troca de comando na área de entretenimento e teledramaturgia --José Luiz Villamarim assumiu o posto em 2020--, Maria Adelaide foi informada de que a novela não seria mais produzida por ser considerada de alto custo.
Sua última obra foi A Lei do Amor (2016), única novela da autora para o horário nobre, que foi um fracasso diante do que a emissora esperava. A dramaturga, aliás, tem uma certeza para esse novo momento da carreira: "Não quero nunca mais na minha vida escrever novelas."
Ela já tem outros projetos engatilhados. Um deles é o roteiro de Em Nome dos Pais, uma adaptação do livro do jornalista Matheus Leitão sobre a história de seus pais, os jornalistas Marcelo Netto e Míriam Leitão, que foram presos e torturados pela Ditadura Militar (1964-1985). Também pensa em escrever para plataformas de streaming e transformar o roteiro que criou sobre Carlos Gomes em peça de teatro.
Na Globo desde 1990, Maria Adelaide se destacou principalmente com minisséries, como Os Maias (2001), JK (2006), Queridos Amigos (2008), Dalva e Herivelto: Uma canção de amor (2010) e Dercy de Verdade (2012), além das já citadas A Muralha e A Casa das Sete Mulheres.
Também trabalhou em novelas, a maioria das vezes acompanhada de outros autores. Coescreveu Meu Bem, Meu Mal (1990) e O Mapa da Mina (1993) com Cassiano Gabus Mendes; e colaborou com Silvio de Abreu em Deus nos Acuda (1992) e A Próxima Vítima (1995).
Em parceria com Vincent Villari, foi autora titular da bem-sucedida Sangue Bom (2013) e de A Lei do Amor. Por fim, foi a responsável pelos remakes de Anjo Mau (1997) e Ti Ti TI (2010), originalmente escritas por Gabus Mendes.
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