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SÉRIE DOCUMENTAL

Crime bárbaro e magia negra: O que esperar de Caso Evandro, do Globoplay

REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY

O menino Evandro Caetano numa foto escolar, com uniforme, segurando caneta e caderno

O menino Evandro Caetano, vítima de um crime bárbaro que é explorado na série Caso Evandro, do Globoplay

FERNANDA LOPES

fernanda@noticiasdatv.com

Publicado em 13/5/2021 - 7h00

Aos telespectadores mais sensíveis e impressionáveis, fica o aviso de gatilho que a nova produção original do Globoplay pode provocar. Estreia nesta quinta-feira (13) a série documental Caso Evandro, inspirada no podcast homônimo conduzido pelo pesquisador Ivan Mizanzuk. Os episódios explorarão um caso de assassinato ocorrido no Paraná nos anos 1990, em que uma criança foi vítima de atos macabros e supostamente de magia negra.

A série trata do caso do menino Evandro Caetano, que desapareceu na cidade de Guaratuba, litoral do Paraná, em 1992, aos seis anos. Após cinco dias de buscas, o corpo foi encontrado num estado macabro: sem os órgãos, o couro cabeludo, as mãos e as orelhas, entre outras mutilações. Na época, isso foi entendido como parte de um ritual.

Sete pessoas foram presas por suposto envolvimento no crime, entre elas a primeira-dama da cidade e sua filha, respectivamente Celina e Beatriz Abagge. Elas foram acusadas como mandantes do assassinato e até se confessaram culpadas, mas depois afirmaram que foram torturadas e obrigadas a assumirem algo que não tinham feito.

Ficaram presas durante quase seis anos, em regime fechado e domiciliar. O primeiro julgamento, em 1998, durou 34 dias e é até hoje o mais longo do Judiciário brasileiro.

Ao longo de oito episódios, Caso Evandro explorará os detalhes do crime, com auxílio de reconstituições de cenas, cerca de 40 entrevistas com envolvidos no caso, materiais de arquivo de emissoras de TV e rádio, e milhares de páginas de jornais e dos processos judiciais.

Até as principais acusadas do crime, Celina e Beatriz, toparam dar suas versões de o que teria acontecido. "Elas julgam importante dar seu ponto de vista, poderem ser ouvidas", disse Aly Muritiba, diretor da série, ao Notícias da TV.

Após passarem por mais julgamentos, em 2003 e 2011, num processo de mais de 20 mil páginas, hoje tanto Beatriz quanto Celina Abagge estão em liberdade, sem pendências na Justiça. Para a mãe, o caso prescreveu por causa da idade. Já a filha ganhou perdão de pena em 2016.

Para Mizanzuk, Caso Evandro também apresenta mistérios não muito bem resolvidos e um recorte interessante do funcionamento do Judiciário e de uma investigação penal, para quem gosta de produções com estas temáticas.

"Para o Estado, o caso está encerrado, não existe recurso. Só que eu também gosto de mostrar que às vezes o Estado te dá resoluções que talvez não sejam convictas. Gosto muito de usar essa história pra mostrar como funciona nosso sistema judiciário", disse ele, que lançará também um livro sobre o Caso Evandro.

"E há um outro fator que pra mim é muito importante: onde nós, como sociedade, falhamos pra que isso acontecesse? Que tipo de reflexão a gente pode fazer pra evitar que isso aconteça novamente? [Em séries de crimes reais,] Tem o pessoal que está pensando em contar só o crime, 'olha que horrível o que aconteceu'. Quando eu lido com casos reais, prefiro sempre ler as histórias dentro dessa função mais reflexiva e didática do nosso sistema", pontuou Mizanzuk.

Os dois primeiros episódios de Caso Evandro já estão disponíveis no Globoplay.


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