Apresentadora da Globo é demitida após diagnóstico de quadro grave de Burnout

A jornalista Poliana Mazzo foi demitida da TV Centro América, afiliada da Globo no Mato Grosso, após voltar de sua licença médica. Ela foi diagnosticada com um quadro grave de síndrome de Burnout. A saída da repórter e apresentadora chocou os colegas nos bastidores, já que a empresa não havia demonstrado sinais prévios da dispensa.

O Notícias da TV apurou que a comunicadora descobriu o problema de saúde depois de ter crises de pânico e ansiedade enquanto trabalhava, na frente de colegas que presenciaram tudo. Ela chegou a comparecer à empresa mesmo estando doente em duas ocasiões, ambas relatadas ao departamento de RH (Recursos Humanos).

As crises ocorriam no meio do horário do trabalho, quando Poliana passava por situações estressantes. A repórter demonstrava sinais de que não estava bem e chegou a expor em reuniões que se sentia sobrecarregada. Ela era apresentadora +Natureza, mas também ficava responsável pelo roteiro e pela produção de reportagens sobre o meio ambiente (editoria que cobria), além de cumprir o papel de repórter quando necessário.

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Depois de voltar das férias, em julho, a jornalista precisou se afastar durante mais dez dias por conta do diagnóstico de Burnout. Poliana tentou retornar após o período, mas não conseguiu. Ela, então, tirou mais dez dias e foi chamada pelos superiores assim que voltou.

A justificativa para a demissão foi de que a contratada da TV Centro América estava trabalhando por fora do canal com outras empresas, o que é proibido. Em contrato, os funcionários tanto da Globo quanto de suas afiliadas são vetados de participarem de eventos ou trabalhos remunerados fora da casa. Essa regra, contudo, tem sido ignorada.

Poliana era contratada pela Centro América há dois anos e meio, mas nunca escondeu parcerias com marcas de roupas, acessórios e até lojas de artigos animais. A reportagem apurou que as partes tinham um acordo para que a apresentadora tivesse liberdade para cumprir demandas como influenciadora nas redes sociais.

A lei brasileira assegura os direitos trabalhistas quando um funcionário é diagnosticado com síndrome de Burnout, que é uma doença decorrente da atividade profissional. O empregador é obrigado a pagar um auxílio-doença acidentário para atestados de mais de 15 dias, e o paciente volta apenas quando estiver totalmente recuperado, sem ter seu cargo comprometido.

O Notícias da TV procurou Poliana Mazzo e a TV Centro América em mais de uma ocasião, por e-mail e mensagens de texto, mas não houve retorno das partes até a publicação deste texto. Caso o façam, ele será atualizado.