Lauro César Muniz
Reprodução/TV Brasil
O dramaturgo Lauro César Muniz em entrevista para a TV Brasil em janeiro deste ano
DANIEL CASTRO
Publicado em 10/9/2015 - 12h23
Após uma passagem de oito anos pela Record, Lauro César Muniz, um dos maiores autores de novelas da TV brasileira, está de volta à Globo. Ele assinou contrato nesta semana. O profissional de 77 anos ainda não definiu qual será sua primeira novela no retorno à emissora que deixou em 2005, depois de 33 anos de vínculo, cansado de ficar na "geladeira". "Até o final de semana terei notícias mais claras, mas já estou contratado. Devo iniciar por uma supervisão de autor novo", adianta Muniz.
O Notícias da TV apurou que o autor irá supervisionar Trem Bom, novela das seis a ser escrita porMaurício Gyboski, ex-colaborador de Aguinaldo Silva. Silva, aliás, seria o supervisor da produção, mas foi afastado do projeto. Trem Bom, a princípio, seria a próxima novela das seis, no ar no início de 2016, mas foi "atropelada" na fila de espera da Globo por Candinho, de Walcyr Carrasco.
Lauro César Muniz deixou a Record no final de 2013, porque a emissora estava em política de redução de salários e não tinha interesse em um projeto pessoal dele, uma minissérie sobre o maestro Carlos Gomes. Na Recod, ele escreveu as bem-sucedidas Cidadão Brasileiro (2006) e Poder Paralelo (2009), além da fracassada Máscaras (2012). Graças a Muniz, a Record conseguiu dez anos atrás contratar atores do nível de Marcelo Serrado e Gabriel Braga Nunes.
A saída da Record foi classificada pelo próprio Muniz como "suave". Algo bem diferente da ruptura com a Globo, em 2005. Na época, o autor não escondeu seu descontentamento com Mário Lúcio Vaz, então chefe da teledramaturgia da emissora. Depois de escrever a minissérie Aquarela do Brasil, em 2000, Muniz ficou na geladeira durante quatro anos. No período, apresentou cinco proejtos, todos rejeitados. O último, uma minissérie que se chamaria Imperatriz do Café, foi a gota d'água para o rompimento.
Ao saber da negociação de Muniz com a Record, a Globo "descongelou" o projeto, mas tentou trasformá-lo em novela das seis. Muniz não aceitou a proposta. "[Imperatriz do Café] estava no limbo como minhas outras propostas. Houve um nítido processo de congelamento do meu nome. Maquinações me afastaram do trabalho", disse o autor à Folha de S.Paulo, em fevereiro de 2005.
Muniz fez parte do time que renovou a telenovela brasileira a partir dos anos 1970. Escreveu grandes sucessos, como O Casarão (1976), "Os Gigantes (1979), Roda de Fogo (1986), O Salvador da Pátria (1979) e Chiquinha Gonzaga (1999). Seu retorno à Globo foi "costurado" por Silvio de Abreu, diretor de Dramaturgia diária.
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