NO ENCONTRO
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Fátima Bernardes no palco do Encontro desta quarta (12); apresentadora apontou fala machista durante CPMI
REDAÇÃO
Publicado em 12/2/2020 - 11h09
Atualizado em 12/2/2020 - 12h29
No Encontro desta quarta-feira (12), Fátima Bernardes condenou o ataque sofrido pela jornalista Patrícia Campos Melo, da Folha de S.Paulo, que ontem (11) foi acusada na CPMI das Fake News de ter se insinuado sexualmente para uma fonte de reportagem que escancarou esquema fraudulento de disparo WhatsApp durante a campanha eleitoral de 2018. Para Fátima, houve uma demonstração clara de machismo.
"Muito curioso que, se fosse um homem sendo repórter dessa entrevista, certamente ele não usaria esse tipo de argumento", protestou a apresentadora.
Após anunciar os convidados da atração, Fátima começou o quadro da Nuvem de Palavras, em que mostra os assuntos mais comentados nas redes sociais. No centro do telão estavam "Folha" e "CPMI", referente à sessão da CPMI das Fake News realizada na terça no Congresso Nacional.
"Um funcionário de uma empresa de marketing digital, Hans River do Rio Nascimento, acusou uma repórter da Folha de S.Paulo de ter se insinuado sexualmente para ele em troca de informações. A Folha rebateu as acusações e publicou documentos que comprovam a correção das reportagens e da conduta da jornalista", explicou Fátima.
"Hans pode ser indiciado por mentir à CPMI com pena prevista de dois a quatro anos de prisão", completou a apresentadora. "Acusação absurda", finalizou.
reprodução/youtube
Patrícia Campos Mello em vídeo publicado no YouTube; jornalista se tornou alvo de machismo
Fátima não foi a única personalidade de TV a apontar machismo, misoginia e desrespeito ao Jornalismo no depoimento de Hans River do Rio Nascimento. As jornalistas Rachel Sheherazade, do SBT; Renata Lo Prete, da Globo; Daniela Lima, da CNN Brasil; Vera Magalhães, da TV Cultura; e Andréia Sadi, da Globo e GloboNews, usaram as redes sociais para demonstrar solidariedade a Patrícia Campos Mello, uma das jornalistas mais premiadas do país.
"Na absoluta falta de razão, na ausência completa de argumento, resta, aos canalhas, um último e covarde recurso: a difamação. Fica aqui o meu repúdio às declarações abjetas contra a jornalista Patrícia Campos Mello", declarou a titular do SBT Brasil no Twitter.
A apresentadora do Em Foco com Andréia Sadi se sentiu triste e chocada ao ver que mulheres estavam reforçando as ofensas à colega de Jornalismo e ressaltou sua solidariede. "Absurdos e covardes os ataques à jornalista Patrícia Campos Mello --séria, competente e profissional. O jornalismo profissional estará sempre vigilante e forte. E unido", disse Andréia.
O Notícias da TV também condena o uso de uma CPMI como palco para desmoralizar uma jornalista de forma tão covarde e mentirosa --texto publicado pela Folha mostra que em momento algum Patrícia Campos Mello abordou a fonte de forma inapropriada.
O site vê na agressão, além de machismo e misoginia, total desrespeito à profissão de jornalista, independentemente do gênero e do brilhantismo de quem a exerce. Nos preocupa o risco que ataques como esse, cada vez mais comuns no atual governo, representa à liberdade de imprensa e à democracia.
Confira agora as mensagens de solidariedade das apresentadoras:
LEIAM! A reportagem de @camposmello que causou frisson na CPI das Fake News. Parabéns, Patrícia - a vc e a todos os jornalistas que não se dobram aos poderosos e mentirosos https://t.co/cpeLELYBVp
— Rachel Sheherazade (@RachelSherazade) February 12, 2020
Na absoluta falta de razão, na ausência completa de argumento, resta, aos canalhas, um último e covarde recurso: a difamação. Fica aqui o meu repúdio às declarações abjetas contra a jornalista @camposmellohttps://t.co/U6R6ji9kWM
— Rachel Sheherazade (@RachelSherazade) February 12, 2020
Absurdos e covardes os ataques à jornalista @camposmello- séria, competente e profissional. Triste, chocante e lamentável ver mulher reforçando os ataques. Mulher. A respeito de outra mulher. O jornalismo profissional estará sempre vigilante e forte. E unido.
— Andréia Sadi (@AndreiaSadi) February 11, 2020
É muito grave o que aconteceu hoje na CPI das Fake News e depois no plenário da Câmara. A @camposmello vai publicar tudo sobre o tal Hans River e a @folha vai processá-lo por falso testemunho. Ela deve pedir retratação também a parlamentares e todos os que replicaram as mentiras
— Vera Magalhães (@veramagalhaes) February 11, 2020
Pra cima deles, Pata! Não se intimide por baixarias. E tem um monte de parlamentares publicando isso. A que ponto chegamos no Brasil https://t.co/xWs6UlK4ij
— Vera Magalhães (@veramagalhaes) February 11, 2020
Como mulher e como jornalista eu me solidarizo com a Patrícia Campos Mello (@camposmello ). Premiada internacionalmente por não sucumbir a ameaças de morte, ela certamente não vergará diante de baixaria.
— Daniela Lima (@DanielaLima_) February 11, 2020
Os áudios, os registros, as provas de que o depoente ouvido hoje pela CPMI das fake news mentiu ao Congresso estão na reportagem abaixo. Que esses registros cheguem não só ao Parlamento, mas a todos os que espalharam, com base em baixaria, insultos à @camposmello 👇🏻👇🏻👇🏻👇🏻👇🏻👇🏻👇🏻 https://t.co/SHUv6HgSXw
— Daniela Lima (@DanielaLima_) February 11, 2020
Mentir a CPIs é crime. Abjeto o ataque de hoje ao jornalismo. Um beijo, @camposmello. https://t.co/x1GcTKFhu9
— Renata Lo Prete (@renataloprete) February 12, 2020
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