Ana Maria e Patrícia Poeta usam contratos para manter fidelidade a Joesley Batista

Nem todos os artistas seguiram os passos de Tony Ramos e Fátima Bernardes, que romperam contrato com empresas do grupo J&F após as denúncias de corrupção envolvendo Joesley Batista. Ana Maria Braga e Patrícia Poeta continuam fiéis às marcas Friboi e Havaianas. Argumentam que têm contrato e que irão cumpri-los até o final, ao contrário de seus colegas famosos.

A Friboi poderá usar a imagem de Ana Maria Braga por mais três meses, mas somente para divulgar a plataforma Academia da Carne, que ensina receitas usando a proteína bovina. A titular do Mais Você, com um contrato estimado em R$ 1 milhão, defende a companhia.

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"O trabalho que realizei junto à empresa aconteceu em 2016 e foi um dos projetos mais lindos de informação sobre carnes realizados até hoje no país. A JBS [dona da marca Friboi] é uma das únicas empresas que fez um trabalho tão sério sobre carnes", elogia em nota ao Notícias da TV.

"Eu fiz apenas uma parte desse projeto, ao lado de grandes e talentosos chefs de cozinha. Em um período turbulento como este, quem na teoria trabalhava direito com o consumidor realizou uma grande prestação de serviço com a Academia da Carne. Meu contrato vai até o dia 5 de outubro, caso a empresa queira tirar do ar é uma decisão deles, caso contrário, estou cumprindo meu contrato", completa Ana Maria.

A apresentadora não descarta voltar a trabalhar com o grupo de Joesley Batista, que em maio detonou uma bomba no meio político ao comprometer o presidente Michel Temer em um suposto esquema de pagamento de propinas. "Hoje este convite com certeza não irá acontecer, mas o futuro a Deus pertence", afirma, pragmática.

Já Patrícia Poeta, que foi liberada para fazer comerciais após sua mudança do jornalismo para o entretenimento da Globo, continua como garota-propaganda da Havaianas, pelo qual teria recebido um cachê de R$ 300 mil.

Procurada, a assessoria da apresentadora do É de Casa informa que Patrícia segue no ar com os comerciais da marca de chinelos até outubro, quando vence seu contrato. "Ela recebe muitos pedidos de campanha, mas é bem seletiva em suas escolhas", conta.

Chama a atenção o fato de Patrícia e Ana Maria continuarem associando seus nomes a produtos da J&F depois do escândalo político envolvendo a marca.

Tony Ramos, por exemplo, preferiu romper contrato com a Friboi e explicou abertamente sua decisão. "Com essa delação [de Joesley], há um incômodo da minha parte em continuar emprestando meu nome [...]. É simples assim, uma equação de primeiro grau", disse ele em entrevista à Rádio Gaúcha no mês passado.

Já Fátima Bernardes confirmou o rompimento de seu acordo com a Seara, também da JBS. "Mas uma cláusula de confidencialidade me impede de dar detalhes sobre o fim do contrato", desconversou ela, que já revelou avaliar pessoalmente os convites que recebe para escolher com quais marcas deseja se associar.

"Meu nome e credibilidade são meus principais valores, levei anos para construí-los. Preciso emprestá-los para marcas em que eu acredito", disse à revista Veja.

Um dos maiores garotos-propaganda do país, Rodrigo Faro emprestava sua imagem a duas marcas do grupo J&F: o iogurte Vigor e a margarina Doriana (esta, com a família toda). Os contratos, pelos quais teria recebido R$ 1,5 milhão, venceram pouco antes do escândalo envolvendo Joesley Batista.

"O contrato era de apenas dois anos. Acabou e não foi renovado. As partes decidiram não renovar, só isso", justifica Danilo Faro, irmão e empresário do apresentador da Record, que continua vinculado à P&G, Giraffas, Unopar e supermercados Dia.

Procurada, a assessora de imprensa da Vigor (também fabricante de Doriana) não se manifestou.