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Televisores de tubo, que deixarão de ser produzidos no Brasil ainda neste mês
EDUARDO BONJOCH
Publicado em 17/4/2014 - 18h50
Atualizado em 22/4/2014 - 7h02
Depois de vender 33 milhões de televisores de tubo em 63 anos, a Semp Toshiba vai parar definitivamente de produzi-los neste mês. Até o final do ano, somente a Philco continuará fabricando TVs de tubo, que perderam espaço no mercado para as telas finas de LED e LCD e viraram dinossauros tecnológicos com a chegada da TV digital.
A ideia inicial da Semp Toshiba era acabar com a fabricação em dezembro de 2013, mas a empresa decidiu prorrogar um pouco mais por conta de encomendas do varejo.
“No final do ano passado, paramos de fabricar as TVs de tubo flat de 21 polegadas, mas continuamos a produzir o modelo de 14 polegadas, que agora em abril também será extinto”, afirma Denis Lozano, gerente da área. Segundo ele, o impacto na fábrica da empresa em Manaus, onde são produzidas todas as TVs, será pequeno. “Nossas linhas de produção são multifuncionais. Então, a mesma linha que fabrica as TVs de tubo também é adaptada para fazer as TVs de tela fina.”
O processo de adaptação foi gradual. O espaço destinado à produção de TVs de tubo diminuiu consideravelmente nos últimos anos e foi sendo “engolido” pela linha de produção das TVs LCD e de LED. “Atualmente, o volume é tão pequeno que não justifica a produção das TVs de tubo o mês inteiro”, revela ele.
Paralelamente, a empresa decidiu diversificar a produção de TVs de tela fina, incluindo três modelos de LED com telas pequenas (de 14, 19 e 29 polegadas) e preços competitivos. A ideia é continuar atendendo o consumidor que está migrando de tecnologia. Com uma diferença de apenas R$ 150 em relação à TV de tubo, dá para levar um modelo de LED portátil, também de 14 polegadas, que capta os canais da TV digital, vem com carregador para ver no carro e inclui entradas HDMI e USB.
TV digital foi divisor de águas
A chegada da TV digital brasileira, em dezembro de 2007, acelerou a decadência das TVs de tubo analógicas. Com maior apelo visual e mais generosas nos recursos e na resolução, as TVs de plasma e de LCD disponíveis na época foram ganhando o interesse e a confiança do consumidor. Os preços também caíram e o próprio governo foi incentivando a compra desses aparelhos, obrigando os fabricantes a incluir o conversor de TV digital em todos os modelos à venda.
De lá para cá, o interesse pelas TVs de tubo só foi caindo. Mesmo assim, a Eletros, que reúne os fabricantes do setor, estima que serão vendidas cerca de 500 mil unidades em 2014. A associação também garante que o produto vai sair definitivamente do mercado até o final de ano. Assim, além da Semp Toshiba, a Philco também deve parar com a produção desses modelos em breve.
Luis Freitas, diretor comercial da Semp Toshiba, acha a estimativa da Eletros muito otimista. “Em 2013, o segmento de TVs de tubo representou menos de 10% do total de vendas da empresa; de janeiro a abril de 2014, a porcentagem será mínima.”
É justamente longe das capitais, nas pequenas cidades das regiões Norte e Nordeste, que ainda há mercado para as TVs de tubo. São lugares onde a TV digital ainda não está presente e o acesso à internet continua bem restrito.
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