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Estratégia

Sob nova direção, HBO vai produzir mais séries para conter fuga de assinantes

Divulgação/HBO

Amy Adams e Chris Messina na minissérie Sharp Objects; HBO quer aumentar número de atrações - Divulgação/HBO

Amy Adams e Chris Messina na minissérie Sharp Objects; HBO quer aumentar número de atrações

JOÃO DA PAZ

Publicado em 26/7/2018 - 5h01

A rivalidade com a Netflix fez a HBO mudar sua estratégia. Sob nova direção, o canal vai aumentar o investimento em séries para ter mais atrações de qualidade durante todo o ano, de acordo com John Stankley, diretor-executivo da WarnerMedia, como agora é chamada a Time Warner, recentemente adquirida pela AT&T, gigante das telecomunicações. Ele revelou o plano em conversa com analistas de Wall Street.

Stankley tocou em um ponto-chave ao colocar na mesa a discussão sobre a oscilação de séries de qualidade, mês após mês. Para cada Westworld, há outras tantas atrações capengas, como Here and Now (cancelada), Mosaic e Sucession, para citar alguns exemplos atuais.

Segundo o executivo, a meta é "balancear melhor a programação para criar um melhor engajamento com o assinante ao longo do ano". Ele citou um dado que mostra um sobe e desce de visualizações nas plataformas digitais da HBO dependendo das séries que estão sendo exibidas em determinado momento.

Ou seja, se não tem Game of Thrones ou Westworld no ar, o público cai fora, cancela a assinatura. A ideia é criar mais séries, aumentar a quantidade de atrações e evitar essa fuga de assinantes. Sem citar cifras, Stankley disse que a HBO fará "um investimento muito responsável" em novas produções.

O executivo enfatizou muito a questão do calendário de atrações, e uma mudança importante deve estar a caminho. Basicamente, a HBO trabalha com um sistema que o público está familiarizado: três séries de peso aos domingos, geralmente um drama e duas comédias. Ou no caso da programação atualmente no ar, uma minissérie (Sharp Objects) e um drama (Sucession).

Às sextas, a HBO solta boas séries de vez em quando, como High Maintenance e Room 104. Os sábados à noite são dedicados aos telefilmes. Há outros quatro dias disponíveis para serem os lares de novos conteúdos.

Padrão HBO
Assim, o padrão HBO será reformulado. O posicionamento de Stankley, de querer mais e mais séries no ar, se contrapõe a uma fala de Casey Bloys, chefe de programação do canal, dita em março durante um painel na INTV Conference, em Israel. Na ocasião, ele deu uma cutucada na Netflix ao dizer que a plataforma de streaming "está no negócio de volume [de séries, filmes, documentários], e nós estamos no negócio de curadoria."

Em participação no seminário da TCA (Associação dos Críticos de Televisão dos Estados Unidos) nesta quarta (25), Bloys comentou a declaração de Stankley e tentou defender sua fala de quatro meses atrás. "O que eu fiquei sabendo é que haverá mais investimentos. [A princípio], não haverá perda de qualidade com mais séries", afirmou aos jornalistas.

Fato é que a Netflix e sua alta carga de produções venceu a HBO no Emmy, como a mais indicada ao Oscar da TV: 112 indicações contra 108. É uma conquista significativa, pois o canal pago foi o mais indicado durante 17 anos seguidos.

Produções engatilhadas
Sempre em busca de séries de alto gabarito, a ponto de serem fortes candidatas ao Emmy, a HBO tem algumas boas cartas na manga. Fora o spin-off de Game of Thrones, contando a pré-história de Westeros, está em desenvolvimento uma série baseada na HQ Watchmen.

O piloto foi encomendado e tem atores renomados escalados, como Regina King (duas vezes vencedora de Emmy), Don Johnson (Miami Vice) e Tim Blake Nelson (Lincoln), entre outros.

Também vem aí a primeira produção de Lena Dunham pós-Girls: a comédia Camping, estrelada por Jennifer Garner (Alias). Outra aposta é o drama Amiga Genial, baseado no best-seller homônimo da escritora italiana Elena Ferrante.

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