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Segunda temporada

Por que Atlanta é a comédia mais badalada da TV norte-americana?

Divulgação/FX

Donald Glover na segunda temporada de Atlanta; comédia desfruta raro sucesso de público e mídia - Divulgação/FX

Donald Glover na segunda temporada de Atlanta; comédia desfruta raro sucesso de público e mídia

JOÃO DA PAZ

Publicado em 30/3/2018 - 5h40

Vencedora do Globo de Ouro em 2016, Atlanta conseguiu o que todo programa de TV almeja: receber elogios da mídia e ser bem recebida pelo público. Após 15 meses fora do ar, a atração do faz-tudo Donald Glover retorna à TV paga brasileira nesta sexta (30) mostrando por que é a comédia mais badalada da atualidade, com humor ácido, retrato sem filtros da classe média baixa e críticas ao racismo com sutileza ímpar.

Para a imprensa dos Estados Unidos, onde a nova temporada já está no quinto episódio, Atlanta é quase unanimidade. No site Metacritic, que compila as críticas da mídia norte-americana, a nova leva de capítulos da comédia ganhou nota 97 (de 100), sete pontos a mais do que a temporada de estreia.

Para a revista The Atlantic, Atlanta é "indiscutivelmente uma das melhores e mais criativas séries da TV". Já a Hollywood Reporter destaca a cruel "narrativa de como é ser um jovem negro tentando sobreviver nos Estados Unidos".

A série volta a explorar a situação caótica do protagonista Earnest "Earn" Marks (Glover), um empresário musical sem-teto, logo no começo da segunda temporada.

Ele busca um lar após ser expulso de uma garagem na qual improvisava uma casa. Todo sem graça, Earn bate na porta do primo Alfred "Paper Boi" Miles, que também é seu cliente. Mesmo após emplacar um hit, o rapper não saiu da vida medíocre, luta para pagar as contas e divide a apertada residência com três amigos.

Essa briga pela sobrevivência de uma faixa da população sem muito espaço na TV, mais favorável a gente ricaça como em Big Little Lies ou Revenge (2011-2015), dialoga bem com o povão. A ousadia de Atlanta está em provocar encontros de pessoas mais abastadas com aquelas menos favorecidas, em uma clara crítica social e econômica. E a mídia adora isso, uma série mais cabeça.

No terceiro episódio da atual temporada, Earn e Paper Boi vão até uma startup e tentam fechar um acordo para melhorar a influência do rapper nas redes sociais. Descolada, a empresa é quase toda composta de colaboradores ricos e brancos.

Os primos negros ficam desconfortáveis no ambiente, por mais que os funcionários se esforcem a deixá-los à vontade, muitas vezes com atitudes preconceituosas.

O racismo é tema recorrente em Atlanta, que na primeira temporada entregou um episódio caprichado ao detonar o infame racismo às avessas (trouxe um homem negro que decidiu se tornar um homem branco).

Desta vez, a série coloca Earn em uma jornada na qual não consegue pagar nada com uma nota de US$ 100. Algumas pessoas acham que é falsa, e outras simplesmente se recusam a aceitá-la, incluindo uma boate de strip-tease.

Earn vive outra situação delicada ao participar de uma festa folclórica alemã a convite da namorada, Vanessa Keefer (Zazie Beetz). No evento, as pessoas geralmente usam máscaras. Uma mulher foi tocar o rosto de Earn pensando que estava usando uma black face ou algo do tipo. Ela pediu desculpas e saiu de mansinho, constrangida.

A segunda temporada de Atlanta estreia nesta sexta, às 21h30, no canal Fox Premium 1. Todos os episódios do primeiro ano estão disponíveis no Now, serviço de vídeo sob demanda para clientes da Net e da Claro HDTV.

Prêmios
Atlanta recebeu 14 prêmios pela primeira temporada, dois no Emmy de 2017: melhor ator e direção, ambos entregues a Donald Glover. Esses dois prêmios quebraram tabus. Nunca um negro ganhou o Oscar da TV como diretor de comédia, e a última vez que um humorista negro levou a estatueta de melhor ator foi em 1985.

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