Gagliasso revela lado mórbido: 'Eu só penso em gente morta'

Edu, o novo personagem de Bruno Gagliasso, está mexendo profundamente com a mente do ator. O protagonista de Dupla Identidade, série que a Globo estreia nesta sexta (19), mata porque se sente Deus tirando a vida de alguém. O serial killer é inspirado em assassinos da vida real, e é justamente o seu prazer em matar que intriga Gagliasso e o fez se apaixonar pelo papel. “Eu só penso em gente morta. O desconhecido é muito fascinante”, revela o ator.

Aos 32 anos, ele teve de ir atrás da oportunidade de viver esse assassino em série. Ele se submeteu a um teste, pois a direção o achava muito novo e fora do perfil que buscavam para o personagem, que na trama tem 35 anos. Após conquistar o posto, do mês de maio para cá, Gagliasso afirma que não mediu esforços para fazer esse monstro da ficção ser o mais convincente possível.

“Eu estudei muito para construir o Edu. Minha mulher está apavorada porque no meu quarto é foto para tudo que é lado de gente morta e de psicopatas. Eles não têm compaixão, eles não têm sentimento pelo outro. Edu vive uma relação de amor com a personagem de Débora Falabella sem saber o que é amar”, diz Gagliasso.

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Luana Piovani, que dá vida à psicóloga forense Vera, também se surpreendeu com sua fissura pelo mórbido universo da série. Ela conta que começou a ver vídeos na internet de crimes. O fascínio que a trama exerce nos atores é a aposta da emissora para atrair o público.

A autora Glória Perez confessa que a sua decisão em fazer uma série policial, seguindo os moldes dos formatos americanos, é baseada no sucesso que gênero se tornou em todo o mundo. “Não existia em português. Aí pensei: por que temos de ligar a TV a cabo para ver os programas em inglês. Vamos fazer uma série assim”, conta a novelista.

O diretor do seriado, Mauro Mendonça Filho, diz que fazer suspense no Brasil é um desafio porque o país não tem essa cultura. Para emplacar, o programa coloca um ator bonito e talentoso, que tem forte carisma junto ao público, na pele de um homem sórdido. Edu mata logo no primeiro episódio de forma violenta. “Não investimos tanto na escatologia e, sim, na psicologia do personagem”, avisa o diretor.

Yanna Lavigne interpreta a modelo Mariana: a primeira vítima do serial killer Edu

Corpo roído por cão

No primeiro episódio, Dupla Identidade apresenta os personagens principais de forma simultânea, dando pinceladas das características da personalidade de cada um. O telespectador verá o delegado Dias (Marcello Novaes) tentando desvendar a ligação de mortes cometidas pelo mesmo criminoso.

Nesse processo, ele será surpreendido com a chegada de Vera na investigação. Além de mexer com seu ego profissional, a entrada dela no caso mexerá também com o emocional dele. Os dois tiveram um romance no passado.

Enquanto isso, numa festa de luxo, o senador Oto Veiga (Aderbal Freire-Filho) discute suas tramoias políticas com assessores e amigos. Edu é um deles. No mesmo cenário, está a modelo Mariana, interpretada por Yanna Lavigne. A primeira vítima do serial killer.

A partir daí, cenas de ação e de violência tomam conta do seriado. A jovem será seguida e morta brutalmente. Seu corpo será abandonado na floresta da Tijuca (Rio de Janeiro) e será roído por um cão.

Débora Falabella e Bruno Gagliasso em cena do primeiro episódio da série

Romance vira álibi

Dupla Identidade seguirá mostrando o passo a passo do trabalho da perícia, incluindo cenas da autopsia do corpo, em que Yanna está supostamente nua. Depois, o público verá o que aconteceu antes de a modelo morrer. O principal suspeito será o senador, que transou com ela após a festa.

Na delegacia, Edu vê Ray (Débora Falabella) pela primeira vez. Ela é convocada para depor por conta de um trabalho que tinha com a vítima. O assassino vai se aproximar dela em um segundo encontro, na praia. Ela se encantará de cara com os olhos azuis dele. O episódio terminará com o serial killer cometendo um segundo crime bárbaro. 

O que: Dupla Identidade (série policial, 2014, 13 episódios)

Onde: Globo

Quando: 19 de setembro, após o Globo Repórter (no ar todas às sextas)

Avaliação: Bom

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