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MARCOS OLI

De Vera Verão a Márcia Pantera: Ator sobe em saltos imensos por drag de As Five

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

O ator Marcos Oli caracterizado como Michelle em cena de As Five

Michelle/Miguel (Marcos Oli) em As Five; ator ganhou mais espaço na segunda temproada

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 6/5/2023 - 6h40

Marcos Oli tinha mais do que sapatos, mas saltos imensos para honrar como a drag queen Michelle na segunda temporada de As Five. O ator foi buscar inspiração não só em ícones internacionais como RuPaul Charles, mas também em nomes que deram o nome na cena nacional --e que também merecem reconhecimento de quem desafia as questões de gênero em cima do palco.

"A arte drag é de uma sensibilidade e delicadeza incomparável. Não conhecia a Márcia Pantera [percursora do bate-cabelo e musa do estilista Alexandre Herchcovitch] e fui estudar na primeira temporada. Me apaixonei por ela, contribuiu muito para o meu processo de criação", explica o intérprete em entrevista ao Notícias da TV.

Oli também cita outros artistas que desafiaram o preconceito para abrir espaço na mídia tradicional, como Jorge Lafond (1952-2003), a Vera Verão; Lacraia (1977-2011); e Gloria Groove.

Um dos principais desafios para o ator é se dividir entre Michelle e Miguel, que também tem os próprios problemas para resolver no seriado de Cao Hamburger:

É um desafio, me sinto quase interpretando gêmeos (risos). Mas é interessante que, durante o processo de preparação, eu consigo dissociar muito bem esses personagens, e isso facilita o processo de atuação. Com Michelle, por exemplo, quando começo a me montar, já encontro outro corpo, voz, tudo. Mas sei que dentro de tudo isso mora um Miguel que está só esperando para reacender.

Marcos se surpreendeu com a repercussão, parte do público acreditou que ele também se dedicava à arte do transformismo fora das telas. "Muita gente acaba achando que eu, na minha vida pessoal, tenho uma drag, mas não considero isso ruim, acho compreensível justamente por eu ter uma energia de vida meio parecida com a das personagens", avalia.

O intérprete brinca que se transformar em Michelle é um exercício de paciência não só por lidar com perucas e maquiagem, mas também pelos embates com Samuel (Jessé Scarpellini) --que tem uma cabeça retrógrada:

Me aproximo muito na garra que Miguel tem para conquistar seus objetivos, no carisma que ele busca e na empatia de sempre ajudar o próximo. O que me distancia seria a paciência que ele tem em relação a tolerar o relacionamento de Keyla [Gabriela Medvedovski] e Samuel. Eu, Marcos, não teria disposição em ser empático nesse quesito.

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