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De Sarney a Dilma, quem são os 'ladrões' da abertura censurada de O Mecanismo?

Reprodução/Netflix

Dilma Rousseff recebe faixa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva na abertura de O Mecanismo - Reprodução/Netflix

Dilma Rousseff recebe faixa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva na abertura de O Mecanismo

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 11/5/2019 - 5h46

Quem começou a ver a segunda temporada de O Mecanismo, lançada na sexta (10) na Netflix, se surpreendeu com a nova abertura da série. Políticos como Dilma Rousseff e José Sarney surgem na tela, acompanhados de uma música que chama todos eles de ladrões. A vinheta deveria ter estreado já no ano passado, mas foi barrada pela plataforma.

"Essa era a abertura que eu queria ter colocado já na primeira temporada, ela já estava pronta. Não foi pro ar logo de cara por algumas questões jurídicas, algumas dúvidas do que a gente podia ou não fazer", explica José Padilha, criador da série.

"Como a primeira temporada não sofreu nenhum processo [judicial], a gente teve menos preocupações do ponto de vista jurídico e colocou a abertura que tinha montado para a primeira temporada", justifica ele.

De fato, é fácil perceber a preocupação do departamento jurídico com a vinheta bombástica. Ao som da música Reunião de Bacana, conhecida pelos versos "Se gritar 'pega ladrão', não fica um, meu irmão", são mostrados vídeos de vários políticos, empresários, doleiros e empreiteiros com os olhos cobertos por uma tarja.

O único diferente é o ex-presidente Michel Temer, que surge apenas com os olhos à mostra e o resto do rosto fora de foco. Apesar do recurso gráfico utilizado, todos os personagens representados são facilmente reconhecíveis.

Estão na "lista de ladrões" de O Mecanismo todos os presidentes que atravessam a história da política no Brasil, de Tancredo Neves (1910-1985) ao próprio Michel Temer. Aparecem também José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco (1930-2011), Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff.

A política ainda tem representantes estaduais, como os ex-governadores Geraldo Alckmin, Sérgio Cabral, Aécio Neves, José Serra, Luiz Fernando Pezão, além do vice Guilherme Afif Domingos e do ex-vice presidente Marco Maciel.

Ministros como Zélia Cardoso de Mello (que cuidava da Economia no governo Collor), Antonio Palocci (responsável pela Fazenda no mandato de Lula e pela Casa Civil na era Dilma), José Dirceu e Guido Mantega (ambos da gestão de Lula), Romero Jucá (ministro do Orçamento no governo Temer), Geddel Vieira Lima (que trabalhou tanto com Lula quanto Temer) e Delcídio do Amaral (Minas e Energia durante o mandato de Itamar Franco) também aparecem na abertura.

A lista ainda inclui: Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados; o engenheiro Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras; Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da petroleira; o doleiro Alberto Youssef; o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o empresário Joesley Batista.

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