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Roseanne

Comédia ressuscitada causa alvoroço e vira marketing de Donald Trump

Divulgação/ABC

As atrizes Sara Gilbert (à esq.) e Roseanne Barr em episódio da décima temporada de Roseanne - Divulgação/ABC

As atrizes Sara Gilbert (à esq.) e Roseanne Barr em episódio da décima temporada de Roseanne

JOÃO DA PAZ

Publicado em 31/3/2018 - 6h49

A comédia Roseanne provocou nesta semana um alvoroço raramente visto nos Estados Unidos. Após 21 anos fora do ar, a atração voltou na última terça (27) batendo recordes, com 18,2 milhões de telespectadores, maior audiência da temporada, superando The Big Bang Theory. A boa repercussão fez a rede ABC renovar a série para uma nova temporada.

A trama simples de Roseanne atraía muitos telespectadores nos anos 1980 e 1990 ao narrar o cotidiano de uma típica família trabalhadora da classe média. Teve originalmente nove temporadas.

O revival ganhou um tempero a mais porque inseriu uma veia política. A protagonista Roseanne Conner (Roseanne Barr) é eleitora do presidente Donald Trump e fiel defensora do polêmico líder dos Estados Unidos.

O republicano aproveitou para explorar a série em uma tentativa de vincular a popularidade da atração ao seu governo. Ele ligou para Roseanne Barr para parabenizá-la pelo retorno estrondoso e até citou a comédia em um discurso que fez perto da cidade de Cleveland, Estado de Ohio, na última quinta (29).

Pelo visto, Trump vai deitar e rolar na "onda" de Roseanne no seu marketing político. No discurso que tratou da infraestrutura norte-americana, o presidente falou sobre a popularidade da comédia e chegou a se apropriar da trama ao dizer que Roseanne "é sobre nós [todos os simpatizantes de Trump]", o que não é bem o caso.

Roseanne como "trumpista" cria um elemento a favor do presidente, mas não é algo inédito nas comédias ressuscitadas nos Estados Unicos. Will & Grace voltou à TV depois de 11 anos e trouxe a ricaça Karen (Megan Mullally) como sua eleitora.

O que Roseanne fez foi retratar o ambiente hostil e polarizador da atual política americana. Na série, para contrapor a visão conservadora da protagonista, existe a irmã mais nova dela, Jackie (Laurie Metcalf). A caçula tem posições progressistas para gerar um debate e não deixar a trama virar uma panfletagem pró-Trump.

Bom de audiência
Disussões políticas à parte, não tem como negar que a gestão do ex-empresário e apresentador está sendo ótima para a TV dos EUA. Basta ver os dados de audiência.

Roseanne é mais um entre tantos programas de TV que se dão bem ao falar de Trump. O jornalístico 60 Minutes (CBS), a mais prestigiada revista eletrônica dos EUA, exibiu no último domingo (25) a aguardada entrevista com a atriz pornô Stormy Daniels, envolvida em uma polêmica das grandes com o presidente

Ela disse ter tido um caso com Trump, em 2006, e que recebeu US$ 130 mil (R$ 429 mil) para se calar sobre o assunto. Foi a maior audiência do 60 Minutes desde a entrevista com ex-presidente Barack Obama após sua primeira vitória, há dez anos.

Nos talk shows, Jimmy Fallon (NBC) perdeu uma sequência de vitórias que durou um ano e quatro semanas para Stephen Colbert (CBS), conhecido por ser um comediante mais politizado e falar todo dia sobre Trump em tom crítico e bem-humorado. Na atual temporada, o comediante é o líder de audiência, com um milhão de telespectadores a mais do que Fallon.

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