A IRMANDADE
Fotos: Divulgação/Clarovídeo
O ator Manolo Cardona em cena da série A Irmandade, que está em sua segunda temporada
LUCIANO GUARALDO
Publicado em 13/7/2017 - 6h08
Esqueça os dramalhões exagerados de A Usurpadora e Maria do Bairro. Na série mexicana A Irmandade, que acaba de estrear sua segunda temporada com exclusividade no Now, a choradeira cede espaço para o desejo de vingança, sangue, sexo e corrupção. Com produção caprichada e atuações inspiradas, a série é um achado e uma boa oportunidade para o público brasileiro descobrir que o México faz mais do que novelas e Chaves.
A produção conta a história do psiquiatra Julio Kaczinski (Manolo Cardona, também produtor-executivo), um profissional de renome que construiu sua carreira na Cidade do México com dedicação e perfeccionismo, a ponto de deixar a mulher e a filha em segundo plano. Quando decide pisar no freio profissionalmente para se dedicar à família, é tarde demais: durante um passeio no bosque, as duas são mortas por uma organização criminosa formada dentro da Polícia Federal.
Com a vida destruída, Julio desaparece por completo durante cinco anos. Nesse período, assume a identidade falsa de César Aguilar, vira alcoólatra e se envolve com a prostituta Milena (Stephanie Cayo). Pressionado por ela a se reerguer, consegue um emprego como psiquiatra forense no comando da Polícia Militar.
Em seu primeiro dia no novo emprego, ouve o depoimento do policial Diego (Nestor Rodulfo), que confessa não conseguir dormir em paz desde que participou da execução de uma mulher e de uma menina inocentes _a família de Julio.
Abalado, o psiquiatra tenta descobrir mais sobre A Irmandade, a organização da PF que trabalha ilegalmente para eliminar criminosos que conseguem escapar da lei. Para isso, conta com a ajuda da inspetora Luisa Salinas (Paz Vega), a chefe da corregedoria que deseja punir os policiais envolvidos em ações suspeitas e que sempre culminam na morte "acidental" dos bandidos.
Ao contrário de séries policiais norte-americanas, A Irmandade se desenvolve em uma trama contínua ao longo dos episódios, em vez de casos diferentes para cada capítulo. Assim, o público acompanha Kaczinski de perto em sua imersão no submundo do crime em busca de vingança. A violência surge de forma explícita, mas em função da trama, com assassinatos e muito sangue.
Stephanie Cayo vive Milena, a prostituta de bom coração: cenas de sexo em função da trama
Com uma prostituta entre o trio principal de personagens da primeira temporada, e um bordel entre os cenários da série, a produção não foge das cenas de sexo. As sequências, no entanto, não são gratuitas nem abusam da sensualidade. Pelo contrário: muitas vezes, Milena transa por dinheiro contra a sua vontade e não são raras as ocasiões em que seus clientes a agridem durante o ato.
Das novelas mexicanas, a série aproveita apenas as reviravoltas que servem como gancho para o próximo episódio _mas que aqui são construídas de forma crível, sem os exageros das tramas estreladas por Thalia, por exemplo.
Cada vez mais envolvente, A Irmandade prende o telespectador logo de cara; não se surpreenda se você fizer uma maratona da primeira temporada em um fim de semana e, após uma revelação surpreendente no término do último episódio, quiser emendar o segundo ano sem nenhuma pausa.
O elenco é formado por nomes pouco conhecidos no Brasil: Manolo Cardona fez uma participação na novela Aquele Beijo (2011), como o marido da personagem de Grazi Massafera, e Paz Vega atuou no filme Não Pare na Pista - A Melhor História de Paulo Coelho (2014), sobre a vida do escritor brasileiro.
No entanto, os rostos desconhecidos ajudam na construção da história, já que fica mais fácil enxergar os personagens em cena, no lugar dos atores que os interpretam.
A Irmandade é uma produção original da Clarovídeo. Suas duas temporadas estão disponíveis no Now e podem ser vistas, sem nenhum custo adicional, por clientes das operadoras Net e Claro TV.
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