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Valentins

Cláudia Abreu vira autora infantil e estreia série inspirada nos filhos

Divulgação/Gloob

Cláudia Abreu em cena como a personagem Alice de Valentins, série do canal Gloob - Divulgação/Gloob

Cláudia Abreu em cena como a personagem Alice de Valentins, série do canal Gloob

FERNANDA LOPES

Publicado em 11/6/2017 - 6h51

Com 31 anos de carreira na televisão, Cláudia Abreu estreia nesta segunda (12) seu primeiro projeto em que atua como produtora, atriz e roteirista. Ela é a responsável por Valentins, nova série do canal Gloob, da Globosat. Dirigida pelo marido, José Henrique Fonseca, a produção tem quatro crianças como personagens principais e foi inspirada em experiências do casal com seus quatro filhos.

"A ideia de criar algo para o universo infantil surgiu a partir da convivência com os meus filhos e da observação sobre o fascínio que as crianças têm em relação aos medos. Eu sempre tive o hábito de contar histórias para eles, e o pedido recorrente era que todas abordassem algum tipo de medo. A série não é sobre a nossa família, mas é uma homenagem carinhosa a ela", explica.

Os filhos de Cláudia e Fonseca já conhecem bem a trama: visitaram as gravações, participaram da produção e assistiram os dois primeiros episódios.

Valentins conta a história de um cientista (Guilherme Weber), uma "alquimista da culinária" (Cláudia) e seus quatro filhos, duas meninas e dois meninos. Quando um vilão transforma os pais em ratos, as crianças se veem sozinhas e precisam se unir e enfrentar os obstáculos para reverter a situação.

"Por observar essa curiosidade das crianças em relação aos medos, a ideia da série é estimular a autonomia delas em lidar com os próprios temores, sem necessariamente ter a ajuda de um adulto, e fornecer ferramentas criativas para que elas possam aprender a se defender", diz Cláudia.

"Outro aspecto importante é mostrar que a união dos irmãos se torna uma força invencível. Apesar de diferentes, juntos eles conseguem resolver melhor a situação. Por exemplo, a gente quis colocar um vilão que fosse um amigo da família, para mostrar que às vezes uma pessoa acima de qualquer suspeita pode nos surpreender", afirma.

divulgação/gloob

Cláudia Abreu e Guilherme Weber com seus quatro filhos na trama de Valentins, do Gloob

Responsabilidade de gente grande
Valentins foi gravada de agosto a outubro do ano passado, pouco antes da estreia de A Lei do Amor, da qual Cláudia foi protagonista. Para a atriz, a série foi sua chance de realizar um sonho antigo de escrever e se desenvolver como autora.

"Foi um trabalho em que eu fiz outras funções que não estava acostumada a executar. Foi mais difícil do que o habitual no sentido de que eu tinha uma responsabilidade muito maior de criar e também entender as dificuldades da produção. Foi um desafio completamente diferente", conta.

As responsabilidades de Cláudia se estendem também para seus filhos da ficção. Ela cuida e acompanha de perto a rotina dos quatro atores mirins da série: Rebecca Solter, de 12 anos, Arthur Codeceira, 11 anos, Duda Wendling, 10 anos, e Otávio Martins, 8 anos.

Atualmente, a equipe grava a segunda temporada da série, e Cláudia conta que se preocupa em saber se as crianças estão cansadas, se estão indo bem na escola e o que gostam de ler e assistir na TV.

Experiência no cuidado de crianças a atriz tem de sobra: com filhos entre 5 e 16 anos, ela diz que passou as últimas décadas imersa no universo de entretenimento infantil.

Segundo Cláudia, a demanda de boas produções para crianças e sua memória afetiva de séries e livros que consumiu na infância foram determinantes para que tomasse a decisão de se criar Valentins.

"É fundamental que exista um cuidado com a formação cultural do público infantil, pois isso é a base da construção da sensibilidade e do intelecto de uma pessoa. Eu agradeço muito ao Sítio do Picapau Amarelo, aos livros do Monteiro Lobato, da Ruth Rocha e da Ana Maria Machado, e todos que produziram conteúdo com qualidade para a infância. Eu respeito muito, porque eu acho que isso deveria ser cada vez mais levado em conta. Não é só entreter, é formar também", acredita.

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