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ELEITA

Clarice Falcão ri da própria desgraça em série sobre a política brasileira

REPRODUÇÃO/PRIME VIDEO

Clarice Falcão interpretando Fefê Pessoa em Eleita

Série de Clarice Falcão compete com a democracia brasileira ao satirizar momentos políticos

JOSÉ VIEIRA

jose@noticiasdatv.com

Publicado em 5/10/2022 - 6h25

Em Eleita, série produzida pelo Prime Video, qualquer semelhança com a realidade não é coincidência. A obra é estrelada e criada por Clarice Falcão, e a atriz concorda que participar foi como rir da própria desgraça. A produção, que ironiza a democracia brasileira, precisou correr contra o tempo para que eventos políticos não alcançassem o surrealismo da trama.

A série se passa em um futuro distópico, no qual o Estado do Rio de Janeiro cai aos pedaços. Nesse cenário, Fefê Pessoa (Clarice Falcão), uma influenciadora digital com aversão a responsabilidades, decide se candidatar a governadora. Ela nunca teve a intenção de ser eleita, era tudo piada. O problema é que a brincadeira faz sucesso, e a jovem ganha o processo eleitoral.

O projeto teve seus passos iniciais em 2017, durante o mandato presidencial de Michel Temer. "O último grande evento era o impeachment da Dilma. As coisas foram avançando e teve outra eleição depois. Falamos: 'Cara, como a gente continua essa história?'", relembra Célio Porto, também criador da produção, durante um evento para a imprensa em que o Notícias da TV participou.

Medidas exacerbadas foram necessárias para manter a autenticidade da produção. Clarice revela que, conforme realizava pesquisas para o desenvolvimento da série, cenas tiveram que ser descartadas por colidirem com acontecimentos da vida real. "Parecia que éramos videntes. A gente tinha uma ideia e, de repente, acontecia. Falávamos: 'Meu Deus, por que tivemos essa ideia? A culpa é nossa'", comenta a atriz.

Entre as previsões do roteiro, a ex-Porta dos Fundos menciona: "Teve um momento que a gente falou assim: 'Vamos colocar o deputado Patati e Patatá, um deputado que era dois palhaços'. Depois, a gente descobriu que o criador se candidatou, então a gente teve que tirar".

Ao abordar o tema de forma leve, a série propõe uma reflexão sobre a política internacional. Apesar do conteúdo fictício, Polly Marinho, intérprete de Teresa, pontua como o público se identificará com a produção:

Passamos por um momento da política que é praticamente uma comédia. A gente não falou nenhuma mentira. Estamos rindo de nós mesmos, porque o brasileiro tem essa facilidade de rir das coisas, levar as coisas mais alegres. É rir da própria desgraça. Mas que bom, vamos rir, é melhor do que chorar.

"Ao poucos perdemos a corrida e as coisas ficaram bizarras. A gente sempre falava: 'É uma comédia surreal', 'Adoro essa ideia, ela é muito surrealista'. Quando vimos, não era surrealista, estava acontecendo", comenta Porto. "Como se o roteirista da vida estivesse se inspirando na gente", responde Clarice.

Eleita

A série está prevista para estrear nesta sexta (7) no Prime Video. Malu Miranda, head de produtos originais da Amazon no Brasil, aposta em um recepção positiva do público: "Quanto mais específico e autêntico, as pessoas conseguem se identificar muito mais ao redor do mundo".

"O que acontece com nossa Gov [apelido de Fefê], acontece de várias outras formas em vários outros países", diz. "A sátira é uma método maravilhoso de falar sobre as dores ou os processos caóticos e injustos que existem na política mundial".

Questionados sobre quais perguntas o telespectador deve fazer a si mesmo após assistirem à série Eleita, o elenco focou no período eleitoral vivenciado pelo Brasil. "Será que eu votei bem na última eleição?", responde Polly. "Será que eu vou votar bem?", pergunta Carolina Jarbor, diretora da série. "Será que eu estou batendo palma para maluco dançar?", completa Clarice.

Além de Clarice e Polly, Diogo Vilela, Luciana Paes e Felipe Velozo também atuam na produção. Assista ao trailer:


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