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Após bolha, mercado de séries vive crise de audiência nos EUA

Divulgação/A&E

Vera Farmiga e Freddie Highmore em Bates Motel; série é símbolo do inchaço de séries na TV - Divulgação/A&E

Vera Farmiga e Freddie Highmore em Bates Motel; série é símbolo do inchaço de séries na TV

JOÃO DA PAZ

Publicado em 16/5/2017 - 6h00

Em 2015, o diretor-executivo do canal FX, John Landgraf, afirmou com um tom profético que o mercado de séries nos Estados Unidos entraria em crise dois anos depois. A bolha ainda não estourou, mas já está vazando. Nas últimas semanas, o canal A&E (de Bates Motel) anunciou que não produzirá mais séries, o WGN America (de Manhattan) foi vendido e a MTV voltará a ser mais musical, com suas atrações roteirizadas migrando para outros canais.

Para agravar o diagnóstico, 61 das 63 séries veteranas da TV aberta perderam audiência na temporada 2016-2017 em comparação com o mesmo período do ano anterior, justamente na faixa de público mais importante para os anunciantes: os adultos entre 18 e 49 anos. Em 27 delas, a queda é grave, superior a 25%. São os casos de Empire, How to Get Away with Murder, Blacklist e Blindspot.

O inchaço no mundo das séries afeta tanto os canais pagos (que sofrem com falta de identidade) e as TVs abertas (que lidam com baixa audiência).

De acordo com levantamento do FX, foram exibidas 455 séries nos Estados Unidos em 2016. Há dois anos, Landgraf disse que o público não conseguiria acompanhar tantas produções. Isso levaria os publicitários e anunciantes a focarem seus recursos nas séries mais populares, exibidas em canais tradicionais, de grife (HBO, FX e Showtime, por exemplo).

Rob Sharenow, vice-presidente executivo do A&E, foi franco ao comentar os novos planos do canal. "[Bates Motel] estava um pouco fora do nosso ecossistema", disse em comunicado, no final de abril, logo após o fim da série inspirada no filme de Alfred Hitchcock. "O foco agora será dedicar nosso trabalho ao que fazemos de melhor [realities e documentários]."

Em Hollywood, especula-se que outros canais "intrusos" no mundo das séries também desistirão do segmento, como Bravo (Girlfriends' Guide to Divorce), E! (The Royals) e Lifetime (UnReal).

divulgação/the cw

Gina Rodriguez em Jane the Virgin; série é uma das poucas que não perderam audiência 

Fuga da TV aberta
Quem se sai melhor na chamada nova Era de Ouro da TV são as plataformas online Amazon, Hulu e Netflix, que cada vez mais têm atraído o público norte-americano. O resultado é uma queda brusca de audiência no horário nobre da TV aberta, das 20h às 23h, indício de que os telespectadores estão buscando entretenimento em outro lugar. E o sinal vermelho ilumina as redes ABC, CBS, Fox, NBC e The CW.

De acordo com números do instituto Nielsen (o Ibope norte-americano), entre 63 séries veteranas, somente Hawaii Five-0 (CBS) e Jane the Virgin (The CW) passaram imune à fuga de telespectadores nos úlitmos meses: nem perderam e nem ganharam público.

Na atual temporada, 27 séries tiveram queda drástica de audiência, acima de 25%. São 11 produções a mais do que na temporada passada em situação crítica. Dramas que já foram sucessos indiscutíveis de público engrossam essa lista, como Empire (-35%), Arrow (-31%), The Blacklist (-27%) e How to Get Away with Murder (-26%).

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