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COM JODIE FOSTER

Após acusação de misoginia, True Detective lança temporada liderada por mulheres

REPRODUÇÃO/HBO MAX

Jodie Foster, à esquerda, e Kali Reis, à direita

Jodie Foster e Kali Reis protagonizam a quarta temporada de True Detective, na HBO Max

JOSÉ VIEIRA

jose@noticiasdatv.com

Publicado em 14/1/2024 - 20h00

Tramas criminais costumam ser dominadas por narrativas masculinas no audiovisual. A falta de um desenvolvimento para personagens femininas é uma problemática recorrente no gênero. True Detective, da HBO, é um exemplo disso. Mesmo com o formato de antologia, a produção sofreu acusações frequentes de misoginia por parte dos espectadores. A quarta temporada da série, que estreia neste domingo (14), tem a chance de superar as alegações ao posicionar mulheres na liderança pela primeira vez.

A nova leva de episódios, intitulada True Detective: Terra Noturna, foi dirigida pela mexicana Issa López. A produção se inicia em uma longa noite de inverno em Ennis, no Alasca, quando oito homens que operam a Estação de Pesquisa Tsalal Arctic desaparecem sem deixar vestígios.

Para solucionar o caso, as detetives Liz Danvers (Jodie Foster) e Evangeline Navarro (Kali Reis) terão que enfrentar a escuridão que carregam dentro de si e investigar as verdades assombradas que estão enterradas sob o gelo.

Em um evento para a imprensa que contou com a participação do Notícias da TV, Jodie analisou o aumento da participação feminina em Hollywood. A atriz ganhou seu primeiro papel aos seis anos, em 1968.

Ela contou que, durante sua juventude, a ausência de mulheres nos estúdios era comum. "Só tinha, tipo, quem quer que fosse a senhora que estava interpretando minha mãe e possivelmente uma maquiadora ou uma supervisora de roteiro", relembrou.

A artista afirmou que, até seus 30 anos, podia contar nos dedos o número de diretoras mulheres nos Estados Unidos. "Cresci achando que eu não poderia ser uma diretora, porque não via nenhuma mulher nessa posição. E minha mãe me dizia que nunca me deixariam dirigir se eu não escrevesse. O que aconteceu é que as poucas mulheres que conseguiam destaque ajudavam outras mulheres a se levantarem. Houve grandes avanços, e acho que os filmes mais emocionantes do ano são todos dirigidos por mulheres", opinou.

Issa ressaltou que, no México, surgia apenas uma diretora por geração --Matilda Landetta, nos anos 1940, e Marcela Fernandez, nos anos 1970. Ela celebrou que, agora, algumas das principais produções latino-americanas exportadas internacionalmente tenham lideranças femininas.

"É determinante que uma voz que não é ouvida desde sempre tenha coisas realmente interessantes a dizer, e nós estamos mostrando o efeito disso", complementou a diretora.

As personagens

Jodie definiu Liz Danvers como uma pessoa "honesta" e, consequentemente, "uma idiota muitas vezes". "Ela é meio inconsciente de suas próprias motivações e não sabe como afeta as pessoas. Ela ri de coisas que não são engraçadas."

"Você percebe que ela realmente se importa com algumas pessoas da série. Ela tem amor no coração. O mundo mudou de tantas maneiras que ela não compreende e está precisando acompanhar", continuou.

Contudo, Jodie ressaltou que a verdadeira voz da produção é a detetive Evangeline Navarro --o completo oposto de Liz. Esse é o terceiro trabalho como atriz de Kali Reis, que consolidou uma carreira no boxe. "Foi uma experiência maravilhosa. Não tem uma forma melhor de entrar nessa indústria do que aprender e ser guiada por essas mulheres incrível", avaliou.

Kali revelou que contou com o apoio de Jodie para entender aspectos da trama. "Eu perguntava: 'O que eles querem dizer quando dizem isso?'. Foi muito confortável, especialmente para um projeto tão grande em algo que estou apenas começando. Foi difícil, mas fiquei muito satisfeita e honrada."

True Detective: Terra Noturna estreia neste domingo, às 23h, na HBO Max. Assista ao trailer:


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