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ENTREVISTA

Após 20 anos, Bárbara Mori faz as pazes com Rubi e encara novo ícone feminista

Divulgação/Apple TV+

Bárbara Mori dirige um carro e tem expressão de choque em cena da série Mulheres de Azul

Bárbara Mori vive Maria na série mexicana Mulheres de Azul, que estreia no Apple TV+ na quarta (31)

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 30/7/2024 - 18h00

Muito famosa no Brasil por ter protagonizado a novela mexicana Rubi (2004), fenômeno de audiência no SBT, a atriz Bárbara Mori volta à TV nesta quarta (31) como estrela da série Mulheres de Azul. A produção do Apple TV+ mostra o primeiro grupo de policiais femininas do México, em meio à sociedade ultramachista dos anos 1970. Para a intérprete, foi uma oportunidade de fazer as pazes com uma de suas personagens mais conhecidas.

"Quando fiz Rubi, eu tinha só 25 anos. E, na época, eu julgava muito o que ela fazia na novela, porque encarava a Rubi como uma mulher má, que não ligava para nada nem ninguém além de si mesma e de seu próprio sucesso, sabe?", admite Bárbara em conversa exclusiva com o Notícias da TV.

Apesar de a própria intérprete não defender as atitudes da personagem, o público entendeu a personalidade forte de Rubi e "passou pano" para suas atitudes --até as mais questionáveis. A ponto de Bárbara ter encarado uma abordagem bastante surpreendente na época.

"Um dia, uma mulher me parou na rua e me disse: 'Eu dei a minha filha o nome de Rubi por sua causa. Ela ama a novela!'. E eu falei: 'Não, senhora, não deixe sua filha ver, a novela não é um bom exemplo'. E a mulher respondeu: 'Não, é o oposto. A Rubi ensina as mulheres a se posicionarem, a se destacarem, a serem quem elas são'", lembra a atriz, que ficou em choque com o elogio.

Vinte anos depois, a estrela encara um novo ícone feminista em Mulheres de Azul. Ela vive Maria, uma dona de casa em uma família de margarina que descobre que o marido é infiel e decide assumir as rédeas da própria vida: junto com a irmã, a rebelde Valentina (Natalia Téllez), ela decide tentar a sorte na primeira força policial formada apenas por mulheres no México.

A empolgação com o novo trabalho, no entanto, cai por terra quando elas descobrem que o grupo é apenas uma fachada publicitária para aumentar a aprovação da polícia entre os mexicanos enquanto um serial killer coleciona vítimas mulheres nas noites da Cidade do México.

Maria e Valentina, então, se juntam a Angeles (Ximena Sariñana) e Gabina (Amorita Rasgado) e resolvem investigar o criminoso por conta própria, arriscando suas vidas e desafiando o status quo da sociedade patriarcal.

"Maria, Angeles, todas as personagens da série, são mulheres poderosas. Elas têm essa força, uma determinação de fazer justiça, de questionar as regras da polícia e não deixar que os homens as coloquem de lado", valoriza Bárbara.

A atriz vê a força de Maria e o fato de ela não se curvar diante da vontade dos homens como um paralelo com sua personagem mais famosa. "Acho que Maria tem isso em comum com Rubi", aponta. Só que, agora, duas décadas depois, a estrela finalmente consegue enxergar isso como algo positivo, ao contrário da visão que tinha em 2004.

Trabalho ao lado do marido

Mulheres de Azul também coloca Bárbara Mori no mesmo estúdio que seu marido, o produtor Fernando Rovzar (vencedor do Emmy Internacional por Sr. Ávila), que é criador e showrunner da nova série. O casal conseguiu separar o lado pessoal do profissional durante as gravações, assegura ela.

"Trabalhar com Fernando foi a parte mais fácil de toda a série. Nós tínhamos esse sonho de fazer algo juntos, e foi incrível poder realizá-lo. Ele é um ótimo diretor, e eu já tinha ouvido vários elogios de amigos que haviam trabalhando com ele antes. E era tudo verdade (risos)", se diverte a atriz.

Os dois primeiros episódios da série entram no catálogo do Apple TV+ nesta quarta (31), e um novo capítulo é adicionado toda semana. Confira o trailer:


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