ROBOT CHICKEN
Fotos: Reprodução/Adult Swim
Darth Vader, vilão de Star Wars, mostra que é bom na pista de dança em esquete de Robot Chicken
Uma das comédias mais ácidas da TV neste século, Robot Chicken não poupa ninguém na hora de zoar a cultura pop. De Star Wars a Star Trek, passando por The Walking Dead e The Handmaid's Tale, todo mundo já foi vítima da animação que usa bonequinhos para satirizar séries e filmes. E se engana quem pensa que os famosos se ofendem. Pelo contrário. "Muitos deles imploram para dublar", entrega o criador Seth Green ao Notícias da TV.
A série, também conhecida no Brasil como Frango Robô, foi lançada em 2005 como parte do bloco do canal Adult Swim, de onde nunca mais saiu. Atualmente, os episódios são exibidos de segunda a quinta, na faixa das 23h45, e aos sábados, à 0h30, no Warner Channel, que começou a transmitir os desenhos voltados para adultos em maio.
Ao longo de suas dez temporadas, ganhou seis prêmios Emmy e um Annie, o Oscar da animação. Ainda atraiu mais de 650 vozes convidadas. Uma delas tem um lugar especial para Green e seu cocriador, Matthew Senreich. "Sou fanático por Star Wars, então, ter o George [Lucas, idealizador da saga espacial] no programa, contar com sua voz e poder conhecê-lo foi o máximo para mim", derrete-se Senreich.
Rick Grimes vê Carl ser atacado por bonecos zumbis em episódio especial de Walking Dead
Como o processo de fazer uma animação stop-motion (com bonequinhos animados quadro a quadro ) é bastante demorado, produzir Robot Chicken é um desafio e tanto. Afinal, a equipe de roteiristas não pode correr o risco de fazer esquetes que satirizam uma produção ou uma subcelebridade atual e, até o episódio chegar à TV, aquele alvo já ter caído no esquecimento do grande público.
"O principal para nós é não mencionar algo que não será reconhecido daqui a um ano. Então, decidimos abordar temas mais duradouros da cultura pop. Nós não somos como South Park [que roteiriza, anima e edita um episódio em seis dias]. Robot Chicken tem um trabalho mais intensivo, então, nunca vamos falar de algum casal de famosos ou de algum fenômeno pop do momento", entrega Green.
Mas isso não significa que séries atuais não tenham vez na animação. The Walking Dead cravou tanto seu lugar na cultura pop que ganhou um episódio inteiro para chamar de seu em 2017 (geralmente, cada capítulo apresenta esquetes sobre temas variados). A dramática The Handmaid's Tale também já virou alvo de piada, apesar de ter sido lançada "recentemente", há pouco mais de três anos.
O mais curioso é que, até chegarem ao canal Adult Swim, Green e Senreich ouviram "não" de várias emissoras. Eles ofereceram o projeto à MTV e aos humorísticos Saturday Night Live e MadTV (1995-2009). Nenhum deles se interessou.
Handmaid's Tale também já foi satirizada em Robot Chicken, com direito às vestes vermelhas
O Comedy Central quase embarcou na ideia em 2001, mas o 11 de Setembro mudou tudo, e os atentados forçaram o canal a abortar a ideia de algo tão ácido. Aí, os criadores chegaram ao Cartoon Network --que divide seu sinal com o Adult Swim (considerado um canal independente) durante a madrugada nos Estados Unidos.
"Por volta de 2003 ou 2004, Sam Register [então vice-presidente do canal infantil] nos disse: 'Esse não é o tipo de conteúdo que nós fazemos. É adulto demais para o Cartoon. Mas há uma outra divisão da nossa empresa com quem deveriam falar", lembra Senreich.
Em fevereiro de 2005, Robot Chicken estreava com uma sátira aos robôs de Transformers, e já com a participação de Rachael Leigh Cook (estrela do filme teen Ela É Demais) fazendo a voz de si mesma.
Quinze anos depois, a animação segue no ar, um sucesso que nem os criadores imaginavam. "Para dizer a verdade, eu achava que seria um programinha de internet, para um público restrito. Nunca pensei que chegaria à TV. Certamente jamais acreditei que duraria tantas temporadas", entrega Green.
"Sempre digo que foi tudo por acidente. Nós encarávamos Robot Chicken como o nosso segundo trabalho. Eu falava, para mim mesmo: 'Bem, vou fazer isso durante pouco tempo, e depois terei que encontrar outra coisa'. Nunca pensei que poderia dizer que ganho a vida brincando com bonequinhos", completa Senreich.
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