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CRÍTICA

A Lei do Amor testa a paciência do público com histórias difíceis de engolir

Fotos: Divulgação/Globo

Os vilões Tião (José Mayer) e Mag (Vera Holtz), que viraram inimigos em A Lei do Amor - Fotos: Divulgação/Globo

Os vilões Tião (José Mayer) e Mag (Vera Holtz), que viraram inimigos em A Lei do Amor

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 6/3/2017 - 5h25

As chances de A Lei do Amor, a novela das nove da Globo, terminar como uma grande decepção são enormes. No início, a trama de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari tinha potencial para ser um verdadeiro thriller na televisão, mas a audiência capengou e as mudanças não demoraram a aparecer.

O problema, agora, reside no fato de que o folhetim explora situações que já chegaram ao limite e testa a paciência do público com tramas chatas e bobas, além de personagens pouco cativantes.

Confira as histórias difíceis de engolir já na reta final de A Lei do Amor:

Humberto Carrão em cena como o mocinho grosseiro e indeciso Tiago, de A Lei do Amor

O mocinho machista e confuso
Tiago (Humberto Carrão) tinha tudo para ser o grande destaque masculino da novela, bem como representar um salto na carreira do ator. Carrão segura o papel, é verdade, mas as atitudes machistas e grosseiras de Tiago com a mulher Letícia (Isabella Santoni) só fizeram com que o público torcesse o nariz e rejeitasse o personagem, que perdeu muita força. Para piorar, a confusão em que ele está envolvido, sobre a verdadeira identidade de Marina/Isabela (Alice Wegmann), se arrasta e só faz deixar um ponto de interrogação na cabeça de quem assiste.

Letícia (Isabella Santoni) foi rejeitada pelo público, após virada, sofreu traição do marido

A chatinha passiva
Letícia começou A Lei do Amor como a personagem mais pentelha de todas, mas sofreu uma mudança radical para conquistar a audiência. O baque foi tão grande que agora a menina simplesmente deixou toda a chatice de lado e se tornou uma mocinha passiva, a ponto de suportar calada o marido falando de sua rival o tempo inteiro e demorar meses para tomar coragem, descobrir a traição de Tiago e Marina e estapear os dois _em uma cena que deixou a desejar com o tapinha mequetrefe que Letícia deu em Marina.

Com vilania exacerbada, o banqueiro Tião (José Mayer) errou na dose e ficou caricato

O vilão que passou do ponto
A vilania de Tião (José Mayer) começou bem, com ações que movimentavam o núcleo principal e geravam conflito ao casal central, Pedro (Reynaldo Gianecchini) e Helô (Cláudia Abreu). Mas, aos poucos, ele foi ganhando tintas mais carregadas. O empresário passou a agredir mulheres gratuitamente e se tornou vazio, caricato, principalmente depois que conseguiu alcançar seu objetivo: se "casar" com Magnólia (Vera Holtz) para se vingar das humilhações que ela o fez sofrer no passado.

A vidência estridente de Mileide (Heloísa Périssé) falha na tentativa de divertir o telespectador

A vidente estridente
Mileide (Heloísa Périssé) é uma personagem cuja função principal é a de "adiantar" ao público o que pode acontecer através de suas visões. Mas a comédia a que se propõe é bobinha, suas trapalhadas não fazem rir e, para complicar ainda mais, Périssé sobe os decibéis na fala da personagem. Entre a inutilidade e o histrionismo, Mileide se tornou cansativa.

Hércules (Danilo Granghéia) e Luciane (Grazi Massafera): trama política mal construída

Trama política mal ajambrada
Magnólia seria uma espécie de eminência parda da fictícia cidade de São Dimas, primeiro com o marido, Fausto (Tarcísio Meira), e depois com o filho, Hércules (Danilo Granghéia). O plano era fazer Salete (Claudia Raia) se eleger prefeita e colocar a dona do posto de escanteio. Hércules, então, assumiria o mandato para que a matriarca continuasse dando as cartas na cidade. Ao seu redor, ainda, as armações e fraudes do senador Venturini (Otávio Augusto).

Mas, infelizmente, a trama política foi esvaziada e se tornou um esquete cômico, com uma ou outra alfinetada aos políticos brasileiros, mas cujo ápice mesmo são as cenas em que Salete e Luciane (Grazi Massafera) batem boca. E pensar que a "política" foi o motivo de terem adiado a estreia da novela, para não bater de frente com a campanha eleitoral às prefeituras, em 2016.


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