Análise | Teledramaturgia
Reprodução/TV Globo
RAPHAEL SCIRE
Publicado em 24/1/2015 - 11h34
Uma sucessão de clichês folhetinescos toma conta de duas novelas exibidas pela Globo atualmente. Boogie Oogie, a trama das seis, teve início com a descoberta da troca de bebês e a revelação das verdadeiras famílias de Sandra (Isis Valverde) e Vitória (Bianca Bin), um recurso manjado no gênero. Alto Astral, a novela das sete, é um pouco mais comedida no uso das artimanhas já conhecidas pelo público, mas mesmo assim não escapa delas.
Tanto Boogie Oogie quanto Alto Astral chegam a ter histórias idênticas, como a trama da doença forjada. Na produção das 18h, Vitória passou capítulos e mais capítulos dissimulando uma doença da qual não sofria só para se aproximar do mocinho Rafael (Marco Pigossi). O compadecimento de outros personagens movimentou a trama até que a verdade foi revelada.
Já em Alto Astral, Úrsula (Silvia Pfeifer), a vilã com nome de desenho animado da Disney, continua enganando todos à sua volta se passando por coitada só para segurar o casamento com Marcelo (Edson Celulari). As duas personagens, claro, contaram com a cumplicidade de um médico picareta que acobertou o verdadeiro estado de saúde.
Ainda em Alto Astral, no início da história a mocinha Laura (Natalia Dill) perdia a memória, outro recurso dos mais batidos do gênero. Durou pouco tempo, ainda bem. E o vilão Marcos, para acentuar o quão vil é seu caráter, ganhou a companhia de um casal de sapos. Usar animais asquerosos como companheiros de cena dos vilões também não é nada original _lembram-se da cobra Serafina de Shirley (Vivianne Pasmanter) em Em Família (2014)?
Por falar em Marcos, é nele que encontramos outro ponto coincidente entre Boogie Oogie e Alto Astral: a união de dois mal amados contra o par romântico principal. O médico ambicioso e a médium picareta Samantha (Claudia Raia) se juntam para separar o casal Laura e Caíque (Sergio Guizé), em Alto Astral. Na novela das seis também há a “aliança destruidora” de Pedro (José Loreto) e Vitória para melar o final feliz dos mocinhos Rafael e Sandra.
O uso desses recursos manjados torna ambas as tramas pouco originais, mas é inegável que funciona dentro daquilo que o público espera de um folhetim diário. Afinal, garante a audiência das novelas, que, reconhece-se, não é um desastre.
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