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ORGULHO E PAIXÃO

Vilão pela primeira vez, Ricardo Tozzi se diverte ao distribuir socos sem razão

Fotos: Reprodução/TV Globo

Ricardo Tozzi interpreta o cafeicultor Xavier na novela Orgulho e Paixão: maldades sem motivo - Fotos: Reprodução/TV Globo

Ricardo Tozzi interpreta o cafeicultor Xavier na novela Orgulho e Paixão: maldades sem motivo

LUCIANO GUARALDO, no Rio de Janeiro

Publicado em 27/3/2018 - 5h33

Aos 42 anos, Ricardo Tozzi está se sentindo um novato na TV. É que em Orgulho e Paixão, pela primeira vez na carreira, ele interpreta um vilão. Na pele do fazendeiro Xavier Vidal, o ator luta para se acostumar às maldades sem motivo. "Eu me pego pensando: 'Por que vou dar um soco naquele cara?'. E não precisa ter razão, é só ir lá e distribuir porrada", diz.

É um pensamento bem diferente do que ele teve com os mocinhos acumulados ao longo de 13 anos de carreira. Para os heróis, qualquer ação contraditória precisa ser calculada e justificada nos mínimos detalhes. Um soco, por exemplo, só pode ser desferido no vilão _e em um momento de desforra máxima.

"Eu acho muito engraçado isso, de simplesmente ser mau-caráter. E eu não sei de onde o Xavier tira tanto ódio. Pode ter alguma explicação do passado? Até pode, mas ainda não descobri qual é. Estou interpretando meio no escuro. Para mim, ele é só ruim mesmo. E não é pouco ruim, não, é um supervilão", explica Tozzi.

O ator, na verdade, chegou a flertar com a vilania em Geração Brasil (2014). Seu personagem, Herval, inicialmente era o idealizador de uma ONG que promovia a inclusão digital de pessoas pobres. Mas, na reta final, virou um psicopata em busca de vingança contra o milionário da informática Jonas Marra (Murilo Benício).

Tozzi, porém, prefere considerar que Orgulho e Paixão lhe deu o seu primeiro malvado de verdade.

"Acho que vilão precisa ter estrutura de vilão, não ser um cara que eventualmente se revela mau-caráter. E estou sentindo isso pela primeira vez. Ele quer destruir o personagem do Malvino Salvador, sabota as motos das corridas clandestinas, bota fogo nos cafezais... Ele é pura maldade (risos)!", diverte-se. 

Personagem de Tozzi tem uma rixa profissional e pessoal com Brandão (Malvino Salvador)

O ator adianta que as armações de Xavier vão piorar depois que Julieta (Gabriela Duarte) chegar ao Vale do Café _a fazendeira já está de olho na região, e mandou o filho Camilo (Maurício Destri) até lá para estudar as lavouras locais. "O cara se sente o dono da cidade. Quando a Julieta começa a comprar tudo, ele fica desesperado."

'Espírito velho'
Fã de Orgulho e Preconceito, livro da escritora Jane Austen (1775-1817) que serviu de base para a novela das seis, Tozzi diz que se identifica com a época em que a história se passa. "Em 1910, tudo era mais simples. As pessoas tinham menos conhecimento de mundo, então a ambição era menor. Hoje, recebemos tanta informação que não dá para assimilar tudo, aquilo te afoga", filosofa.

O ator se define como uma pessoa à moda antiga. "Eu gosto daqueles atos de gentileza, de fazer tudo com mais calma. Hoje, ninguém te convida a olhar para você mesmo, então fica todo mundo perdido, carente. Acho que o mundo contemporâneo é complicado. Eu devo ter um espírito meio velho."

O único lado ruim de "viajar no tempo" para 1910? As roupas pesadas que precisa usar. "São três camadas de veludo. E eu ando a cavalo, ando de moto. No calor do Rio de Janeiro, isso vira uma coisa enlouquecedora. Não adianta, eu já aceitei que vamos aparecer o tempo todo suados na TV, não tem o que fazer", desabafa.

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