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BRIGA NOS BASTIDORES

SBT dedura Globo e faz governo ameaçar reprise de A Favorita com selo proibido

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Claudia Raia e Patrícia Pillar em cena de A Favorita

Protagonistas de A Favorita (2008); novela virou alvo de disputa de Globo e SBT nos bastidores

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 13/9/2022 - 6h40

A Globo e o SBT viveram uma guerra nos bastidores por causa da reprise de A Favorita (2008) no Vale a Pena Ver de Novo. A emissora de Silvio Santos denunciou a trama de João Emanuel Carneiro ao DPJUS (Departamento de Promoção de Políticas de Justiça), órgão do Ministério da Justiça responsável pela classificação indicativa de programas na TV. A alegação foi de conteúdo inadequado para o horário das tardes.

Com isso, o selo da A Favorita foi alterado. Antes, ela era "não recomendada para menores de 12 anos". Após a denúncia e o monitoramento, a novela passou a ir ao ar com o selo de 14 anos. A Globo recorreu, mas o DPJUS negou o pedido e ainda ameaçou colocar o selo de +16 anos, considerado "proibido" para a faixa vespertina e só usado para produções com alto teor de nudez, sexo e palavrões

O Notícias da TV teve acesso com exclusividade a documentos que comprovam a briga. O SBT denunciou a Globo após o Ministério da Justiça implicar com a exibição das novelas mexicanas no fim de tarde. A TV paulista alegou que os critérios eram absolutamente diferentes para as emissoras com conteúdos similares.

"Após recebermos constantes ofícios referentes à reclassificação etária de conteúdos exibidos pelo SBT, recebemos um questionamento de nossa diretoria de Programação sobre conteúdos exibidos em outras emissoras, como, por exemplo, a novela A Favorita, da Rede Globo, classificada como 12 anos, porém, possui elementos claros de 14 anos", diz o e-mail enviado pelo SBT ao órgão do governo.

"O SBT busca sempre estar de acordo com as exigências do MJ e, mesmo quando há divergências e recebemos os ofícios, fazemos as devidas alterações dentro do prazo estipulado. Porém, notamos que outros veículos não sofrem o mesmo monitoramento", conclui a empresa. No caso, a diretoria de Programação do SBT é comandada por Murilo Fraga, profissional com vasta experiência no mercado. 

Após a denúncia da emissora concorrente, a Justiça concordou com os argumentos e decidiu monitorar e investigar a reprise de A Favorita. De fato, a MJ disse ter encontrado elementos que corroboram com a tese do SBT. Com isso, a Globo foi notificada e teve que fazer a alteração na classificação indicativa de A Favorita. 

A emissora carioca ficou inconformada porque o Ministério da Justiça analisou a versão integram de A Favorita, disponível no Globoplay, e não a editada, que é exibida diariamente no fim de tarde e corta cenas mais pesada de morte e violência, principalmente assassinatos cometidos pela vilã Flora (Patricia Pillar). 

"A versão que está sendo exibida no Vale a Pena Ver de Novo não é a versão integral da obra, mas sim uma versão editada dia após dia, que sofre naturalmente cortes em seu conteúdo, visando adequá-la ao espaço de tempo de duração do Vale a Pena Ver de Novo, além da adequação ao seu público-alvo", reclamou a líder de audiência. 

Mas no último dia 24 de agosto, o MJ manteve a decisão e decidiu dar o selo +14 para A Favorita. No entanto, o Governo ameaçou dar um selo +16 para a trama. "A novela não encontra condições de ter o selo +12. Encontramos elementos de +16, mas vamos manter sua classificação como não recomendada para menores de 14 anos", deliberou o DPJUS. 

Mesmo com a reclassificação, a Globo não corre maiores riscos. Desde 2016, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), a classificação indicativa não é mais vinculada ao horário de transmissão. Em outros tempos, A Favorita não poderia ser exibido antes das 21h com o selo que lhe foi dado nesta semana.


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