MINHA DOCE NAMORADA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Regina Duarte como Patrícia em Minha Doce Namorada (1971); atriz enfrentou perrengue em MG
Há 52 anos, Minha Doce Namorada (1971) estreava na faixa das sete da Globo. A novela de Vicente Sesso teve Regina Duarte como protagonista e influenciou no título de "namoradinha do Brasil" dado à atriz no passado. No início das gravações, a atriz passou por um perrengue e levou uma bronca inesperada: "Ouvi cobras e lagartos do padre".
As primeiras cenas do folhetim eram ambientadas em Ouro Preto (MG), e a equipe decidiu gravar em meio a uma procissão da Semana Santa.
"Propus ao Fernando Torres [diretor, 1927-2008] que, quando a procissão passasse, colocássemos a Regina Duarte e o Cláudio Marzo [1940-2015] no meio do povo, usando aquele espetáculo lindo na novela. Quando a procissão foi se aproximando, para variar, estava tudo pronto, menos a câmera", contou o diretor Daniel Filho no livro Antes que me Esqueçam.
Fernando Torres estava nervoso, e tanto empurrou a Regina para o meio da procissão que ela acabou nas costas do padre. O padre, quando percebeu o que estava acontecendo, parou a procissão e deu a maior bronca. Cláudio Marzo saiu de fininho, e nós viramos a câmera para o outro lado, deixando a pobre namoradinha ouvindo cobras e lagartos do padre de Ouro Preto, que, aliás, era conhecidíssimo por seus sermões inflamados.
Por causa dos custos altos de manter a trama em Minas Gerais, o autor acabou transferindo a história para o Rio de Janeiro depois. A desculpa usada foi que o parque de diversões ambulante, moradia da protagonista, iria passar uma temporada na capital fluminense.
A novela girava em torno da paixão da órfã Patrícia (Regina Duarte) pelo rico estudante Renato (Cláudio Marzo). Na Cidade Maravilhosa, a jovem fez amizade com um senhor, a quem apelidou de Seu Pepe (Sadi Cabral), sem imaginar que ele era tio-avô de Renato e dono da empresa onde começara a trabalhar.
O empresário fingiu a própria morte para desmascarar falcatruas cometidas pelos familiares e percebeu que apenas Renato era honesto. Por isso, fez de tudo para separar o sobrinho da noiva interesseira, Verinha (Maria Cláudia), e uni-lo a Patrícia.
Apesar de relacionarem o título dado à atriz com o nome da novela de Vicente Sesso, a própria Regina já explicou que ganhou o apelido alguns anos depois de ter vivido Patrícia.
"Nessa época ninguém se referia a mim na imprensa ainda como Minha Doce Namorada. Isso só veio a acontecer quando eu parei por três anos de fazer televisão, porque eu sentia que precisava me reciclar, me reabastecer como atriz. E fui pro teatro fazer Réveillon, que foi uma peça polêmica", contou a artista em depoimento ao Memória Globo.
Eu dei uma entrevista pras Páginas Amarelas, da [revista] Veja, e o título era 'a ex-namoradinha do Brasil'. Foi a primeira vez que eu me recordo de ter lido este título se referindo a mim, mas já como ex. Eu á estava meio que rompendo com essa imagem daquela moça sempre igual que eu estava fazendo nos últimos anos.
"O título dessa novela, na verdade, veio a inspirar a imprensa alguns anos depois a me chamar de namoradinha", completou. Na Globo, a atriz já havia atuado como mocinha em Véu de Noiva (1969) e Irmãos Coragem (1970), ambas de Janete Clair (1925-1983).
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