Record comete erro imperdoável com Força de Mulher e joga sucesso no lixo

A Record acertou em cheio quando escalou Força de Mulher para substituir A Rainha da Pérsia (2024) no horário tradicionalmente dedicado a histórias bíblicas. A novela turca levantou a audiência da faixa, tem batido recorde em cima de recorde e até prejudicado o remake de Vale Tudo ao roubar o público da Globo. Mas a emissora de Edir Macedo vai jogar tudo isso no lixo com um erro imperdoável e inexplicável de programação.

Apesar de ter comprado os direitos de exibição da novela turca Iludida no início do ano, a Record decidiu que a nova história não vai substituir Força de Mulher na sua grade. Os dramas de Bahar (Özge Özpirinçci) estão previstos para acabar no fim de junho, mas o folhetim sobre a médica Asya (Cansu Dere) só deve entrar no ar em novembro.

Até lá, a emissora pretende engatar uma sequência de produções bíblicas: a primeira deve ser Paulo, o Apóstolo (estrelada por Murilo Cezar e que será lançada no Univer Video em 28 de maio), seguida pela minissérie A História de Jó (com Guilherme Berenguer e Juliana Didone) e, depois, por O Senhor e a Serva (um spin-off da primeira novela).

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É uma decisão difícil de defender. Todo o trabalho de construção de público feito por Força de Mulher será descartado, e justamente em um momento no qual a Record deveria investir mais na estratégia atual. Afinal, os espectadores que têm fugido das novelas das nove da Globo encontraram um refúgio nos folhetins turcos, mas dificilmente vão querer ver as histórias religiosas.

A situação fica ainda pior quando se leva em conta que, logo após Força de Mulher, a Record já conta com uma faixa de novelas bíblicas. Atualmente, ela exibe a reprise de Reis --que tem duas temporadas inéditas na gaveta.

Não é preciso ser especialista em programação para entender que a solução ideal seria emendar Iludida em Força de Mulher e colocar suas séries religiosas no horário seguinte --já que a reprise ainda derruba a audiência da emissora e prejudica o desempenho do Power Couple Brasil 7.

Segundo a coluna Outro Canal, do F5, há um estudo interno para que outra novela turca, Mãe, seja exibida depois de Paulo, o Apóstolo. Com 85 capítulos, a produção estrangeira ocuparia a faixa até a estreia de Iludida. Seria uma alternativa menos pior, mas ainda assim questionável.

Afinal, a novela sobre Paulo de Tarso tem 50 capítulos, o que deve mantê-la durante 10 semanas (ou dois meses e meio) no ar. É tempo suficiente para espantar o público que gosta de novelas turcas e correr o risco de que essa parcela migre para Vale Tudo --e não volte mais para Mãe ou Iludida depois.

Como o Notícias da TV analisou na sexta-feira (2), a Globo depende de um erro da Record para que Vale Tudo deslanche na audiência. Se a emissora ligada à Igreja Universal insistir em Paulo, o Apóstolo em vez de consolidar um horário de novelas turcas, o deslize em questão ocorrerá bem rápido.