EXCESSO DE VIOLÊNCIA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Zefa Leonel (Andrea Beltrão) com arma nas mãos em No Rancho Fundo; novela tem bastante violência
Foi-se o tempo em que novelas das seis da Globo eram marcadas por tramas mais leves e romances açucarados entre os mocinhos da história. Elas por Elas terminou com tiroteio e morte, e No Rancho Fundo não começou menos intensa. A novela de Mario Teixeira teve atentados, tiro, perseguição e ainda exibirá sequestro, tudo isso nos primeiros capítulos. Para apreciadores de programas policialescos, é um prato cheio: o folhetim lembra o Cidade Alerta em versão sertaneja.
O personagem Marcelo, interpretado por José Loreto, está no centro da violência em No Rancho Fundo. Ele é tido como um canalha, um mulherengo, mas ao mesmo tempo é vítima de atrocidades.
O irmão mais velho de Quinota (Larissa Bocchino), Zé Beltino (Igor Fortunato), e a mãe da mocinha, Zefa Leonel (Andrea Beltrão), recorrem à violência para "resolver" qualquer situação relacionada à garota. Eles já ameaçaram Marcelo, apontaram armas para o rapaz, e Zé Beltino chegou a atirar. Nos capítulos da próxima semana, ele ainda sequestrará Marcelo.
Não é difícil perceber que a novela tenta fazer uma versão exagerada, um tanto estereotipada, de habitantes do Brasil profundo, do sertão nordestino, com resquícios da cultura cangaceira.
Torna-se um tanto forçado e inverossímil, no entanto, alguns dos personagens principais pesarem tanto a mão e recorrerem à criminalidade para qualquer problema. Ainda mais quando a base do "problema" seria uma suposta ameaça à honra de Quinota, tida pelos familiares como uma mocinha indefesa, numa visão um tanto ultrapassada da mulher na sociedade. A protagonista se revoltará --e com razão.
Há ainda outras tramas policiais dominando os primeiros capítulos. Tanto Quinota quanto sua mãe, Zefa, foram presas por desacato ao delegado Floro Borromeu (Leandro Daniel).
A novela das seis parece insistir em cenas de crime e ação para criar ganchos emocionantes e fisgar o telespectador nestes primeiros momentos. Os capítulos iniciais são desafiadores, em termos de audiência, para qualquer novela, e os esforços são compreensíveis. No entanto, há de se observar, ao longo dos próximos capítulos, se este tom de tiro e morte é o que o telespectador deseja ver na faixa das seis.
Enquanto a família Leonel briga e troca ameaças, os coadjuvantes correm por fora como opções de tramas possivelmente mais interessantes. Deodora (Débora Bloch) e seu cabaré prometem ser um núcleo dramaturgicamente e divertido, e a volta de Sabá Bodó (Welder Rodrigues) e seus trambiques também pode oferecer mais entretenimento do que as perseguições aos pretendentes de Quinota.
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