Orelha decepada de vilão de A Rainha da Pérsia é 'comida' até hoje em festa

Hamã (Leonardo Medeiros) ter um castigo exemplar no último capítulo de A Rainha da Pérsia. Além de impedir o genocídio do povo judeu no Império Aquemênida, Ester (Nathalia Florentino) ainda verá o vilão ser enforcado no cadafalso que havia sido construído para Mordecai (André Bankoff). O antagonista também terá a sua orelha decepada, em uma passagem que até hoje é relembrada por meio da culinária hebraica --com os biscoitos conhecidos como oznei haman ou ainda hamantaschen.

Os biscoitos têm uma forma triangular, simulando a própria orelha de Hamã ou mesmo o chapéu do primeiro-ministro de Xerxes (Carlo Porto). O recheio vai desde geleias até opções salgadas, mas tradicionalmente escolhe-se um creme de castanhas.

De acordo com a tradição oral judaico-cristã, Ester se alimentou praticamente de sementes como as da papoula na corte aquemênida. Ela fazia o possível e o impossível para obedecer à lei judaica dentro do palácio sem levantar suspeitas sobre a sua origem.

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Um exemplo de oznei haman (Crédito: freeimages.com/chesnutt)

Esse padrão da alimentação judaica, que é popularmente conhecido como kosher, é amplamente seguido até hoje pela sua comunidade. Boa parte dessas regras foram perpetuadas dentro da própria Torá, livro sagrado para o judaísmo que deu origem ao Pentateuco cristão, e envolve desde a forma de preparo até orientações sobre o consumo.

Uma das regras mais conhecidas é não misturar leite e carne em uma mesma refeição. O próprio abate deve seguir diversas recomendações, em que apenas animais que ruminam e têm cascos fendidos são aceitos. Os porcos, neste caso, ficam de fora.

O consumo do oznei haman até hoje é visto como um dos principais vestígios históricos da existência de Ester, já que a arqueologia não chegou a um consenso. Ela pode ser, por exemplo, uma mistura de diversas figuras que atuaram na corte persa a favor do povo judeu --fundidas em uma só personagem para facilitar a transmissão desse conhecimento.