Luana sofre com parto interminável e escancara defeito de O Rei do Gado

A partir da próxima segunda (15), O Rei do Gado deve começar a mostrar o parto de Luana (Patricia Pillar). Na exibição original, a mocinha passou cinco capítulos dando à luz, uma enrolação até mesmo para padrões noveleiros. À época, o folhetim já vinha sofrendo críticas pelo lenga-lenga em alguns enredos --e o parto interminável foi combustível para críticas.

O jornal O Globo, em fevereiro de 1997, usou esse caso como exemplo do "esticamento" da história. A reportagem fazia um balanço do final da novela, que já estava em seus últimos capítulos, e ressaltou que a trama de Benedito Ruy Barbosa sempre teve boa audiência, mesmo quando “Luana passou quatro capítulos sentindo as dores do parto".

Antes disso, o marasmo da novela já era uma questão na imprensa especializada. Em outubro de 1996, numa matéria chamada "Falta um rumo para essa prosa", o Jornal do Brasil chegou a entrevistar espectadores insatisfeitos com a lentidão dos acontecimentos. "Cochilo vendo", confessou a funcionária pública Vera Lúcia dos Vasconcelos.

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A coluna TV Gente, de Ana Paula Souza, avaliou negativamente "a cena interminável de Luana no canavial" em janeiro de 1997. A jornalista também se incomodou com o "reme-reme de Luana voltando à vida de boia-fria".

Na trama, a mocinha sentirá as primeiras dores pouco antes de fugir de Marcos (Fabio Assunção), que quase a alcançará no acampamento dos sem-terra. Ela se entocará no matagal enquanto se contorce de dor, com medo de que o enteado a encontre e a leve até um hospital. Ao mesmo tempo, Bruno (Antonio Fagundes) descobrirá o paradeiro do filho e irá atrás dele. 

O fazendeiro chegará ao acampamento algumas horas depois. A essa altura, Regino (Jackson Antunes) terá desistido de fingir que Luana não está por lá. Tanto ele quanto Jacira (Ana Beatriz Nogueira) estarão preocupados com o sumiço da jovem, e o rei do gado parecerá uma boa pedida para encontrá-la. O grupo, então, se separará em busca da moça.

Ela estará escondida numa casinha abandonada de pescadores e passará horas sozinha, gritando e suando frio com as contrações. Bruno, por sua vez, começará a ouvi-la de longe e tentar encontrá-la. Tudo isso será intercalado com cenas dos demais núcleos, como conversas de Donana (Bete Mendes) e Zé do Araguaia (Stenio Garcia), bem como a preocupação de Lia (Lavinia Vlasak) com a falta de notícias do pai e do irmão.

Só depois de cinco capítulos nessa saga é que Bruno encontra Luana, já em estado deplorável dentro da casinha. Será uma noite chuvosa, e eles ainda terão uma breve conversa antes de a loira dar à luz. "Ele já está querendo nascer", confessará a mulher, deixando o rancor de lado. "Se meu filho tá querendo nascer... Vai nascer nos meus braços, pelas minhas mão. Você põe-me força. Não dê nem mais um pio", instruirá ele.

O homem vai tirar a camisa, lavar as mãos e se preparar. "Como é que você me achou?", perguntará a personagem de Patricia Pillar, ofegante. "Foi meu coração que me trouxe até aqui. E o amor que eu sinto por você", vai se declarar o homem.

"Mas... Então me ajuda, me ajuda... As dor eu tô sentindo desde ontem. Mas só a tarde ficou desse jeito...", explicará a roceira. "Então respira fundo, tenha calma. E vamos botar nosso bezerrinho pra fora, vamos?", pedirá o protagonista. Ele dará instruções sobre o momento, afagará a cabeça da amada e pedirá que ela poupe seu fôlego. "Eu só ia dizer... Que eu amo ocê", sussurrará ela, por fim. "Que hora ocê escolheu pra me dizer isso...", completará.

Depois de tanta confusão, o bebê enfim nascerá. Eles voltarão da casa de pescadores juntos, espantando Regino, Jacira e Marcos. O trio retornará para Ribeirão Preto já como uma família, esquecendo de tudo o que manteve o casal separado até então.

Escrita por Benedito Ruy Barbosa e dirigida por Luís Fernando Carvalho,  a novela rural, exibida originalmente em 1996, conta a saga de Bruno Mezenga, eterno rival dos Berdinazzi.