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'IMPORTANTE QUE VEJAM'

Lésbica, atriz de Todas as Flores vê exposição de família como dever

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Thalita Carauta tem os cabelos vermelhos e usa uma blusa verde; ela encara a câmera, sorrindo

Thalita Carauta como Mauritânia em Todas as Flores; atriz é discreta, mas expõe família para reflexão

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 2/4/2023 - 15h56

Embora discreta, Thalita Carauta acha importante publicar fotos ao lado do filho, Bento, e da ex-mulher, Aline Guimarães. Ela sabe bem diferenciar seu trabalho, público, de sua vida pessoa, mas pensa que as pessoas devem ver uma mulher negra, lésbica, com família constituída. "É como se eu falasse: 'Você gosta do que eu faço? Então, veja, eu sou assim'. Atraio, desse jeito, olhares mais afetuosos", disse a intérprete de Mauritânia, de Todas as Flores.

Não que ela compartilhe cada detalhe de sua rotina ou priorize seu cotidiano acima de seu trabalho. Só acha que, sim, deve provocar o público em relação a sua identidade. "Minha contribuição no mundo é sensibilizar o outro, e sou paga para isso", explicou. "Minha vida pessoal? Não sei... O que compartilho dela é muito mais para dizer às pessoas: 'Olha, também sou humana'", completou a atriz, em entrevista ao O Globo publicada neste domingo (2).

Num universo branco e heterossexual como o da TV brasileira, essa autoafirmação faz sentido. Mas, diferente de outros colegas, Thalita nunca teve de se esconder.

Humorista e longe do estereótipo da "mocinha", ela pensava que isso não impactaria seu trabalho. Sua sexualidade só se tornou uma questão quando ela conquistou um papel de destaque em Segundo Sol (2018). Até então, a artista atuava nos humorísticos da Globo, como o Zorra (1999-2015).

"Nesse período, as pessoas me questionavam: 'Caramba, então você se assumiu?' E eu dizia: 'Oi? Não revelei nada, peraí'; Graças a Deus, nunca precisei me esconder", contou. "Depois de muita luta das 'monas' que vieram antes de mim, acho que vivo num cenário mais favorável. Jamais fui escolhida para ser mocinha, e sempre trabalhei com humor. Nesse lugar, as pessoas estão meio que cagando para o fato de eu ser sapatão."

À época, ela ainda era casada com a roteirista Aline Guimarães. Elas se separaram, mas têm uma relação amigável, sobretudo para criar Bento, que adotaram juntas. "Ter um filho com um amigo é a melhor coisa. Não há brigas, ninguém causa traumas para a criança... A melhor maneira para se ter filho hoje é juntando dois amigos. Sou a favor disso", afirmou a atriz.

Ela também se questiona o porquê de ter um filho, afinal. "Muitas vezes, um casal se apaixona e decide ter um filho. Acho isso doido, pois é como se um filho coubesse num sonho. Mas um filho não pode ser a extensão de um desejo. Acho limitador", argumentou. Para a atriz, o importante é focar a ideia de pôr uma "pessoa bacana no planeta". E usar o amor profundo por essa pessoa para contribuir com um mundo melhor.

Nesse processo, os pais também se transformam. "Tudo, hoje, acontece a partir de meu filho. Existe um afeto que não me deixa mais fazer várias coisas", admitiu ela. Bento, porém, não é de celebrar muito o trabalho da mãe.

Meu filho até me vê na TV, mas eu percebo que sente uma vergonha alheia. Ele começa vendo, e depois sai um pouco da frente da TV", descreveu ela, aos risos. "Acho que é só a vergonhinha de me ver na minha frente. Ele olha, fica rindo e daqui a pouco já cria um motivo para sair.

Mauritânia, sua personagem em Todas as Flores, também tem suas questões com a maternidade. Ela é rejeitada pela filha, Brenda (Heloisa Honein), que não aceita o passado da mãe como atriz pornô. É o drama da personagem, que transita pelo humor na maior parte do tempo.

O sucesso da mulher, aliás, se deu também pela condução bem-humorada do concurso Garoto Rhodes. O público também comprou os conflitos da personagem, que foi alçada da pornografia à condução de uma empresa milionária num golpe de sorte, uma superação de todos os percalços que ela enfrentou na antiga vida.

"Na capoeira, são três tambores: um deles tem a responsabilidade de guiar a música; os outros promovem as viradas de ritmo, com liberdade criativa. Prefiro esses últimos. Acho que dá para brincar mais", comparou a atriz. "A Mauritânia é cheia de camadas. E a gente não é uma coisa só. Não é só tragédia ou comédia." A segunda parte da novela estreará no Globoplay nesta quarta (5).


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