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VALE A PENA VER DE NOVO

Improviso em Eta Mundo Bom! quase causou acidente grave com Sergio Guizé; entenda

João Cotta/TV Globo

O ator Sergio Guizé, caracterizado como o caipira Candinho, puxa o burro Juca, o Policarpo, na novela Eta Mundo Bom!

Candinho (Sergio Guizé) caminha com o burro Policarpo (Juca) em cena de Eta Mundo Bom!

REDAÇÃO

Publicado em 20/4/2020 - 14h35

Sucesso de 2016, Eta Mundo Bom! voltará à Globo a partir de segunda (27) no Vale a Pena Ver de Novo. A reexibição fez o protagonista da trama, Sergio Guizé, se lembrar de um momento em que ele quis improvisar e quase acabou envolvido em um acidente grave: ao montar no burro Policarpo, o animal se revoltou. "Fiquei desesperado", contou.

"Foi logo no primeiro dia de gravação. Eu tinha cena com o burro e estávamos nos conhecendo ainda. Determinado a dar o meu melhor, eu queria me entender com ele a todo custo e quando o Jorge Fernando deu ação, a cena era Candinho e Policarpo olhando a paisagem, mas me veio a ideia de subir no burro. Depois de muito sacrifício eu montei, mas ele começou a rodar, e rodava cada vez mais rápido", lembrou o ator em entrevista divulgada pela Globo para promover a reprise.

"Eu fiquei desesperado, olhava para a equipe com olhos arregalados, pedindo socorro, não conseguia falar e nem eles conseguiam parar de rir... Aprendi muita coisa aquele dia, o Juca --nome do burro na vida real-- me olhava com uma cara do tipo: não vem improvisar não, não me lembro de termos combinado que você subiria em mim!", se divertiu o ator.

A situação foi parar na abertura da novela e se tornou inesquecível para o artista de 39 anos. Ele, aliás, admitiu que essa não foi a única vez em que suas trapalhadas mexeram com os bastidores da trama de Walcyr Carrasco. "O Jorge Fernando [1955-2019] se divertia muito quando essas coisas aconteciam em cena, quando eu escorregava na lama ou derrubava comida sem querer em cena, porque sou atrapalhado mesmo, ele aproveitava tudo", falou, aos risos.

Para construir Candinho, Guizé buscou as duas principais inspirações de Carrasco para a novela. "Eu bebi em muitas fontes. Li o conto do Voltaire [1694-1768], Cândido ou o Otimismo, e assisti ao filme Candinho [1954], com o Mazzaropi [1912-1981]. Me inspirei muito em Charles Chaplin [1889-1977] e no cinema mudo."

Ele ainda revisitou a própria família caipira. "Também busquei referências na minha memória afetiva. O personagem de certa forma foi uma homenagem a minha avó materna, Maria. Candinho tem muito dela, o sotaque principalmente", valorizou.

Por falar em família, o ator nascido em Santo André ressaltou que uma das cenas mais emocionantes de Eta Mundo Bom! não foi nenhuma de suas trapalhadas, mas o esperado reencontro de Candinho com sua mãe, Anastácia (Eliane Giardini), na reta final da história. "Ficamos todos comovidos em cena. Era um dia de gravação muito especial, estávamos ansiosos por esse momento", lembrou ele.

Já a cena mais difícil foi a sequência derradeira no último capítulo, quando Candinho olha diretamente para a lente da câmera e dialoga com o público, para provar que sua teoria de que "tudo o que acontece de ruim na vida da gente é pra melhorar" estava correta.

Na quarentena com Bianca Bin

Isolado no interior de São Paulo com a mulher, Bianca Bin, e os cachorros, o ator está aproveitando os momentos de quarentena para se conectar mais com a natureza. "Tenho a sorte e o privilégio de morar no interior, rodeado de silêncio. Estou buscando o autoconhecimento, estudando, pintando meus quadros. Tenho tentado estar mais próximo da família e dos amigos, e ajudar os mais vulneráveis", ressaltou.

Guizé ainda disse que a reprise de Eta Mundo Bom! chega em boa hora, pois a novela traz uma mensagem otimista para um momento tão difícil quanto esse que a sociedade atravessa.

"Acho que não poderia ter melhor momento para ele voltar. Candinho, sem dúvida, diria que vamos aprender muito com as dificuldades que enfrentamos agora. Ele representa felicidade, esperança, gratidão, é muito difícil reunir tantas coisas boas num único personagem", elogiou.

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