Globo perde principal conquista de 2023 com Fuzuê e encara danos desastrosos

Vai na Fé deixou mais que saudades desde que saiu do ar em agosto e foi substituída por Fuzuê. A novela foi o grande acerto na programação da Globo neste ano: fez sucesso com crítica e público, além de registrar boa audiência e ter até um certo excesso de merchandisings. A conquista começou ainda nas primeiras semanas de exibição e chegou ao auge antes da metade da história.

A saga de Sol (Sheron Menezzes) levantou a faixa das 19h depois das perdas enfrentadas pela líder de audiência na TV aberta durante os mais de sete meses que Cara e Coragem ficou no ar, entre maio do ano passado e a primeira quinzena de janeiro.

Apesar de indicada ao Emmy na categoria Melhor Novela, o folhetim sobre a saga das vidas de dublês não gerou engajamento, diferentemente de sua sucessora. Agora, Fuzuê prova que o estilo descompromissado, focado no escapismo, é mais difícil de emplacar do que uma trama calcada na realidade.

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A emissora não mede somente os números registrados no Ibope, que ainda são fundamentais para o mercado publicitário avaliar onde investir fortunas em campanhas de marketing. Diversos fatores são levados em consideração quando uma marca, nesse caso a novela, está em exibição.

Indiferença

O mais negativo deles é a indiferença. Até criticas são levadas em conta, seguindo o velho ditado "falem bem ou mal, mas falem de mim". Estar na boca do povo, pautando a sociedade, promovendo debates é muito importante para uma novela. 

Fuzuê é animada, colorida, tem ótimos intérpretes e um autor disposto a reverenciar o gênero. O problema quando um folhetim não dá certo nunca é de uma pessoa, tanto quanto o sucesso. Soma-se enredo, identificação e, sobretudo, estratégias que cabem ao alto escalação da Globo.

Uma pena que uma trama solar, com elenco diverso, não consiga o resultado esperado e tenha de ser tesourada. Mas faz parte do jogo. A melhor audiência de Fuzuê foi registrada na estreia, 24,3 pontos no Ibope da Grande São Paulo, o que pode ser alocado à herança deixada por Vai na Fé.

Na semana passada, o folhetim escrito por Gustavo Reiz só registrou mais de 20 pontos em um dia útil (aos sábados, os folhetins sofrem com quedas de audiência em todas as faixas de horários). A trama já coleciona alguns recordes negativos, o pior deles em um dia de semana aconteceu na última terça (17), quando anotou 17,0 pontos.

Novo GPS 

Com o sinal de alerta aceso, o autor Ricardo Linhares foi designado para a supervisão de texto em busca de promover manobras que revertam o atual quadro de Fuzuê. Ele fez esse trabalho em outras tramas e chegou a ser chamado nos bastidores de "rei da supervisão".

O novelista foi convocado no mesmo esquema em A Lei do Amor, em 2016. Em geral, ele "apadrinha" também novos autores em estreias solo, como rolou em Rock Story (2016), trama de Maria Helena Nascimento.

Os dois, inclusive, escrevem juntos uma novela das nove que está na fila para entrar em produção, O Grande Golpe. A princípio a trama entraria no ar após Terra e Paixão, mas o remake de Renascer (1993) passou na frente.

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