Liberdade, Liberdade
Estevam Avellar/TV Globo - 3-Nov-2014
Euclydes Marinho, autor da Globo, no lançamento de Eu que Amo Tanto, série do Fantástico
DANIEL CASTRO
Publicado em 1/12/2015 - 6h25
Próxima novela das onze da Globo, Liberdade, Liberdade ainda nem começou a ser gravada, mas já agita os bastidores do Projac. Na semana passada, a direção de Dramaturgia diária da emissora decidiu afastar da supervisão de texto da novela o autor Euclydes Marinho, porque seu trabalho foi considerado "insatisfatório". No lugar de Marinho, entrou Glória Perez, que em breve entregará o bastão para outro autor experiente, já que terá de se dedicar a uma novela das nove para 2017.
Liberdade, Liberdade está sendo escrita por uma autora que nunca assinou como titular: Márcia Prates. Como é praxe nesses casos, um autor experiente tem que fazer a supervisão de texto, verificar se o novo autor está seguindo cânones e detalhes que podem fazer o sucesso de uma obra. Foi assim, por exemplo, com Daniel Ortiz, que teve o acompanhamento de Silvio de Abreu ao escrever Alto Astral, novela das sete exibida até maio.
Autor da minissérie Felizes para Sempre?, Euclydes Marinho acompanhou o feitio dos primeiros capítulos de Liberdade, Liberdade, que contará a história de Joaquina, filha bastarda de Tiradentes, herói da Inconfidência Mineira, em 1789. O resultado, no entanto, foi avaliado como dramaturgicamente "insatisfatório" pela cúpula da Globo, que escalou Glória Perez para reestruturar a novela desde a primeira cena.
Colaboradora de autores como João Emanuel Carneiro e Aguinaldo Silva, Marcia Prates já é uma roteirista experiente. Começou a carreira na Globo em 1990, na minissérie Riacho Doce. Passou por novelas importantes, como Pedra sobre Pedra (1992), A Indomada (1997), Avenida Brasil (2011) e Império (2014). Mas só agora está tendo sua primeira chance como autora.
Ela está adaptando o livro Joaquina - Filha de Tiradentes, lançado em 1987 por Maria José de Queiroz. A história se passa após o enforcamento do dentista Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, um dos líderes da conspiração para tornar a província de Minas Gerais uma república independente de Portugal.
Joaquina era filha bastarda de Tiradentes e teve sua vida arruinada pela trajetória do pai. Sentia-se inferior e indigna, envergonhada pelo crime de "lesa-majestade" do futuro herói nacional. O romance de Maria José de Queiroz narra duas grandes viagens de Joaquina. Na primeira, ela vai com a mãe para o norte, fugindo do ambiente hostil da condenação de Tiradentes. Dez anos depois, retorna a Minas Gerais. Nessa viagem, conhece o único homem que a amou, José Afonso, mas o rejeita.
A mocinha de Liberdade, Liberdade será interpretada por Andrea Horta. Mateus Solano fará sua primeira novela desde Félix de Amor à Vida (2013). Será novamente um vilão.
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