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GIRL POWER CENTENÁRIO

Em época de empoderamento, mulheres fortes dão o tom de Orgulho e Paixão

Cesar Alves/TV Globo

Alessandra Negrini (Susana) e Elisabeta (Nathalia Dill) em cena da novela Orgulho e Paixão - Cesar Alves/TV Globo

Alessandra Negrini (Susana) e Elisabeta (Nathalia Dill) em cena da novela Orgulho e Paixão

LUCIANO GUARALDO, no Rio de Janeiro

Publicado em 20/3/2018 - 5h53

Em um período no qual o debate sobre o empoderamento das mulheres domina as redes sociais e em que atrizes do mundo inteiro lutam pelo fim do assédio e por salários iguais, Orgulho e Paixão estreia nesta terça (20) com personagens femininos fortes. Mesmo situada no início do século 20, época na qual as mulheres deveriam apenas encontrar marido e cuidar do lar, a novela de Marcos Bernstein traz moças bem à frente de seu tempo.

"Os questionamentos são universais e atemporais. A Elisabeta, personagem da Nathalia Dill, por exemplo, poderia ser uma mulher dos dias atuais, que busca seu lugar no mundo, independentemente do seu estado civil. Tem ainda a Julieta [Gabriela Duarte], uma mulher empoderada que foi à luta, criou o filho sem pai e abriu a própria empresa, sem uma presença masculina em sua vida", adianta Bernstein.

Longe das novelas há quatro anos, o autor apostou em uma temática bem diferente de seu último trabalho, o fracasso Além do Horizonte (2013). Em vez de se inspirar em séries de mistério como Lost (2004-2010), Bernstein buscou referências na literatura da inglesa Jane Austen (1775-1817), precursora do feminismo.

A trama gira em torno da família Benedito, cuja matriarca, Ofélia (Vera Holtz), quer apenas arranjar bons partidos para as cinco filhas. Elisabeta (Nathalia Dill), a mais velha, é contra os casamentos arranjados: ela acredita que a mulher pode ser feliz sozinha e defende que, se um dia for convencida a casar, será por amor verdadeiro.

Os ideais nada convencionais de Elisabeta chamam a atenção de Darcy (Thiago Lacerda), filho de um industrial inglês que está acostumado a preceitos mais tradicionais.

No primeiro encontro do casal, em uma loja de roupas, os dois vão disputar a mesma calça masculina. O embate inicial dará o tom da relação, no melhor clima entre tapas e beijos _além do romance, haverá muito humor.

Gabriela Duarte vive a fazendeira Julieta, chamada de Rainha do Café (Mauricio Fidalgo/TV Globo)

Outra que desafiará o sistema é a fazendeira Julieta Bittencourt (Gabriela Duarte). Quando o marido morreu, deixou para ela apenas dívidas e um filho, Camilo (Maurício Destri). Mas a viúva deu a volta por cima e ganhou o apelido de Rainha do Café, comprando fazendas à beira da falência e as transformando em terras lucrativas.

"A Julieta tem uma casca dura, já passou por muitos ressentimentos. Mas, por baixo disso, acho que ela pode servir de inspiração para as mulheres de hoje. Porque ela vai atrás do que quer, não depende de ninguém", explica Gabriela, que não tinha um papel fixo em novelas desde Passione (2010).

A atriz defende que uma das funções da televisão é aproveitar as discussões da sociedade e colocá-las em uma vitrine maior. "Acho importante debater as mulheres, gosto quando a novela aborda temas densos e que contribuem para o crescimento social. A trama fala da luta pelo espaço, pela igualdade, eu acho inspirador", diz.

Não espere, porém, que as mulheres de Orgulho e Paixão façam protestos pelas ruas da fictícia cidade de Vale do Café para lutar por direitos.

"Não é a minha intenção colocar esses questionamentos em um manifesto, porém é natural que os temas do passado acabem se misturando com a atualidade. Trazer isso para a tela com leveza e naturalidade é um grande desafio", resume Bernstein.

João miguel júnior/tv globo

Nathalia, Pamela Tomé, Vera Holtz, Anaju Dorigon, Bruna Griphao e Chandelly Braz: girl power

Irmãs em destaque
Cada uma das irmãs de Elisabeta terá uma história para chamar de sua. A doce Jane (Pamela Tomé) é a mais tímida e, apesar de não lhe faltar pretendentes, vai se encantar por Camilo. Mas as armações da vilã Susana (Alessandra Negrini) vão separar o casal, e a mocinha precisará encontrar forças para dar a volta por cima.

Mariana (Chandelly Braz) é a irmã aventureira. Na busca por um amor explosivo, rejeita o gentil coronel Brandão (Malvino Salvador), a quem considera entediante, e se interessa pelo poeta Diogo Uirapuru (Bruno Gissoni), um viajante galanteador. Ela nem imagina, no entanto, que Brandão leva uma vida dupla: disfarçado como o Motoqueiro Vermelho, ele disputa perigosas e emocionantes corridas de moto.

A irmã mais caseira é Cecília (Anaju Dorigon), apaixonada por livros e que sonha em viver uma história como aquelas que lê diariamente. Quando descobrir que uma casa da cidade foi cenário para a misteriosa morte de Josephine (Christine Fernandes), ela passará a investigar o local e acabará se envolvendo com Rômulo (Marcos Pitombo), filho da finada com o almirante Tibúrcio (Oscar Magrini).

Por fim, há Lídia (Bruna Griphao), a caçula da família e dona de um jeito destrambelhado e infantil. Responsável por boa parte dos momentos cômicos da novela, ela também se interessará pelo poeta Uirapuru, mas desfilará com vários pretendentes sem notar que o tímido Randolfo (Miguel Rômulo) é o seu par perfeito.

O elenco é rápido em apontar, no entanto, que a novela não é voltada apenas para mulheres. "Ela tem todos os ingredientes para o público masculino também. Tem aventura, comédia, mistério... A questão da paquera naquela época era muito diferente, deve despertar a curiosidade do público", aponta Tato Gabus Mendes, que interpreta Felisberto Benedito, marido de Ofélia e pai das cinco jovens.

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