Um mês no ar
Fotos Raphael Dias/TV Globo
Sophie Charlotte mudou visual para segunda fase da trama, que se passará em 1979
MÁRCIA PEREIRA
Publicado em 17/5/2017 - 5h19
Atualizado em 17/5/2017 - 13h12
Os Dias Eram Assim completa um mês no ar sob ajustes. Com 16 pontos de média até agora, o que a coloca juntamente com Saramandaia (2013) e O Rebu (2014) na lista das piores audiências das 23h, a trama entrará mais cedo nesta quinta (18). Será exibida após A Força do Querer e antes de Vade Retro. A troca de horário, por enquanto, só está confirmada para esta semana. A novela também está recebendo novas cenas e terá caras novas.
A medida é uma forma de minimizar o efeito que a comédia Vade Retro vem provocando na audiência da novela. Às segundas-feiras, quando vai ao ar mais cedo, após A Força do Querer, Os Dias Eram Assim tem boa audiência, 23,3 pontos. Às quintas, no mesmo horário, Vade Retro tem apenas 18,7 e derruba a novela das onze para a casa dos 12 pontos.
O folhetim também está ganhando maior contextualização histórica. Por causa das novas cenas, a primeira mudança de fase, inicialmente prevista para esta sexta (19), só irá ao ar no final da próxima semana.
Em três saltos de tempo, a história avançará nove anos, ganhará novos personagens e terá mudanças na caracterização e no figurino dos protagonistas.
No primeiro lapso temporal, o público verá Alice (Sophie Charlotte) casada com Vitor (Daniel de Oliveira), assistindo a uma partida da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1974. Ela estará em sua casa em Miami, nos Estados Unidos, com o filho Lucas ainda pequeno.
Ao mesmo tempo, Rimena (Maria Casadevall) aparecerá na maternidade dando à luz Valentim, seu filho com Renato (Renato Góes). Gustavo (Gabriel Leone) será preso lutando contra a repressão da Ditadura Militar (1964-1985).
Em um segundo avanço no calendário, os personagens comentarão a Copa do Mundo de 1978. Alice já terá, além de Lucas, uma menina chamada Gabriela. Renato e Rimena estarão vivendo na América Central após passarem pela França e África.
Cara nova
Em seguida, a novela estacionará em 1979 e mostrará passeatas pela anistia aos presos políticos e pela redemocratização do país. A lei da anistia será sancionada. Gustavo sairá da cadeia, e Renato virá com a família para o Brasil.
Ele desembarcará no Rio de Janeiro ao mesmo tempo em que Alice chegará para o enterro de seu pai, Arnaldo (Antonio Calloni). Nove capítulos estão programados para mostrar a vida de todos até a chegada da terceira e última fase da trama, a partir de 1983. Só então, em um comício pelas Diretas Já, Alice e Renato vão se reencontrar.
Julia Dalavia como Nanda na fase adulta; Felipe Simas será Caíque e confeccionará pranchas
Na segunda fase, Alice deixará o ar de jovem transgressora para irmã Nanda, que passará a ser interpretada por Julia Dalavia. Rebelde, Nanda surgirá em sua primeira cena, em 1979, fazendo uma tatuagem. Ela terá cenas de sexo com o namorado, o tatuador Ben (Guilherme Prates), e despertará o interesse do primo, Caíque (Felipe Simas).
Afastado do irmão, Arnaldo, Toni (Marcos Palmeira) terá aberto sua loja de artigos esportivos e enfrentará problemas no casamento com Monique (Letícia Spiller). Sufocada pela vida de dona de casa e mãe, a loira abandonará a família para fugir com o amante, Chico (José Loreto).
Caíque, que até então enfrentava a resistência do pai para investir na produção de pranchas de surfe, virará seu parcerio nos negócios e se revoltará com a mãe.
Amaral (Marco Ricca) será investigado por excessos de violência em sua delegacia. Ele vai extorquir Arnaldo, antes de o empresário morrer. Depois, virará amante de Cora (Susana Vieira).
Cátia (Bárbara Reis) se tornará jornalista, escreverá textos críticos para um jornal e deixará sua mãe apavorada com o risco de ser presa. Natália (Mariana Lima) será a personagem que mais retratará traumas de quem foi submetido à tortura. Ela viverá amedrontada e deprimida.
Monique (Letícia Spiller) fugirá com o amante, Chico (José Loreto), na segunda fase da trama
O vestuário dos personagens mudará bastante. Antes com cara de anos 1960, a novela agora terá figurino dos anos 1980. Alguns personagens vão ganhar fios grisalhos, como é o caso de Vitor.
Ajustes e desempenho
Apesar de as cenas incluídas desde a semana passada arrastarem o folhetim e adiarem a mudança de fase, elas corrigem falha apontada em grupo de discussão sobre o conteúdo histórico. A pesquisa apontou que o telespectador não sabe quase nada sobre a ditadura.
Com os ajustes, a Globo espera tornar a novela mais compreensível para mais gente e subir seu ibope.
Na média até agora, a novela de Angela Chaves e Alessandra Poggi tem dois pontos a menos do que suas duas antecessoras. Liberdade, Liberdade registrou 18,2 no ano passado com o mesmo número de capítulos. Verdades Secretas (2015) teve 18,9. A novela, contudo, é líder absoluta na Grande São Paulo. Tem quase o dobro do SBT.
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