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ADANILO

Deocleciano em Renascer, ator muda totalmente para Volta por Cima: 'Opostos'

FOTOS: DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Adanilo caracterizado como Sidney; ele usa uma roupa social e um crachá da Viação Formosa. O ator posa dentro de um ônibus em ensaio de divulgação de Volta por Cima

Adanilo vive Sidney em Volta por Cima; ele foi a versão jovem de Deocleciano em Renascer

SABRINA CASTRO

sabrina@noticiasdatv.com

Publicado em 14/10/2024 - 14h00

De certa forma, o ator Adanilo cumpre uma missão parecida com a de Renascer (2024) na nova novela das sete, Volta por Cima. Assim como no remake exibido na faixa das nove, o ator interpreta o melhor amigo do protagonista, responsável por ouvir seus desabafos e acolher suas dores. Mas essa é a única semelhança entre Deocleciano e seu novo personagem, o motorista de ônibus Sidney. 

O intérprete acredita que os dois são opostos. "Tenho achado o Sidney bastante diferente do Deocleciano. Em tudo. O que é ótimo. Me interessa demais transitar entre energias distintas", define ele em conversa com o Notícias da TV.

Por outro lado, o trabalho das duas novelas se encontra em um aspecto: a importância de manter um laço com o ator que vive o protagonista. "Humberto Carrão, que fez Zé Inocêncio, é muito meu amigo até hoje. E já estou fascinado por Fabrício Boliveira e seu Jão. A intimidade com meus parceiros de elenco é a chave para uma relação incrível, que transcende as telas", define. 

De fato, a sintonia entre o trio formado por Adanilo, Humberto Carrão e Evaldo Macarrão (que viveu Jupará) foi muito elogiada durante a primeira fase de Renascer. Os momentos divertidos do grupo nos bastidores viralizaram nas redes sociais, enquanto o público admirava na TV a parceria dos fazendeiros de cacau, que prosperaram juntos.

Agora, porém, o ator precisa lidar com mais uma nuance na relação de amizade: a de oposição. Se Deocleciano replicava e admirava o comportamento de Zé Inocêncio, Sidney vai para o caminho contrário. Ele costuma tomar as piores decisões possíveis, especialmente no que se refere a mulheres, e vai ouvir broncas intensas de seu parceiro de cena.

"O Sidney vai ser um exemplo concreto do modus operandi falido dos homens na relação com as mulheres. O que torna tudo mais interessante são os diálogos dele com Jão. Os dois não medem esforços para se repensar, se avaliar, cobrar um do outro. Vai ser um caminho longo, a melhora do Sidney. Ele precisa ressignificar seus hábitos, suas atitudes", descreve o intérprete.

Direto da quebrada

Sidney, no entanto, é produto de seu meio. Criado num ambiente machista, cercado de homens com o mesmo pensamento, seria difícil cortar os laços. Mas o ator não pensa nisso como uma desculpa para que o personagem fique estagnado. "Muito pelo contrário, agora que ele já identificou o erro, é hora de correr atrás da mudança. O mundo nos favorece muito enquanto homens. É preciso abrir mão dos privilégios e buscar soluções para fugir dos nossos estigmas", diz.

Adanilo entende o contexto de seu personagem. Criado na periferia de Manaus, no Amazonas, o ator vê semelhanças entre os próprios dilemas e os de Sidney. "O Brasil é diverso, mas entre uma região e outra temos vários atravessamentos em comum, ainda mais quando falamos das nossas periferias. Cada bairro ou comunidade de nossas cidades tem suas particularidades, mas pela minha vivência no subúrbio manauara, facilmente posso empatizar com qualquer outra quebrada brasileira", conta.

O intérprete, inclusive, fez uma alteração na sinopse inicial da autora da novela, Claudia Souto. Sidney teria sido criado no subúrbio do Rio de Janeiro, mas o ator pediu para que ele fosse de origem manauara e criado no Amazonas até a adolescência. 

"Acho que tem tudo a ver termos um personagem nortista nessa novela especificamente. É uma obra que quer abraçar a diversidade de nosso país. Desejo que mais personagens amazônicos estejam presentes em outros produtos Brasil afora, de preferência valorizando nossas culturas e longe dos estereótipos", pontua o ator.

Com a origem amazonense, o personagem assumiu traços ainda mais parecidos com o de seu intérprete. Mas o motorista de ônibus ainda tem uma personalidade própria.

"Sidney é o típico cidadão brasileiro, trabalhador, artista, profundamente envolvido com a cultura do bairro onde vive. Um cara alto-astral, que se dá com todo mundo, às vezes abusando de sua simpatia para xavecar mulheres. No samba, Sidney encontra sua diversão e celebra seus amigos", conta.

Jão (Fabricio Boliveira) e Sidney (Adanilo Reis) em Volta por Cima

Jão e Sidney em Volta por Cima

Pagodeiro nato

A relação com samba é outro ponto no qual criatura se encontra com criador. O próprio Adanilo foi pagodeiro na juventude --chegou até a ter um grupo amador de pagode. "Gostava muito de Exaltasamba, Jeito Moleque, Sorriso Maroto, Boka Loka, principalmente de grupos paulistanos. Mas já tem um tempo que tenho tido uma vivência de samba raiz mais forte, sobretudo por estar no Rio de Janeiro", explica ele.

No Rio, ele também teve a oportunidade de entrar em contato com a cultura dos bate-bolas --figuras frequentes no Carnaval de rua da cidade. Sidney, inclusive, fará parte de um grupo que se apropria dessa manifestação. Os bate-bolas, ou clóvis, são homens que usam fantasias coloridas com uma mescla de palhaços e personagens de terror. Eles carregam um bastão amarrado a uma bola de borracha, que são atiradas no chão.

"Ouvi falar dessa manifestação pela primeira vez em 2018, quando gravei a primeira temporada da série Um Dia Qualquer [exibida no canal Space em 2020]. Na época, cheguei a assistir a um documentário feito também pelo diretor da série, Pedro Von Krüger, sobre o Agunia, importante grupo de bate-bolas da zona norte do Rio de Janeiro", revela.

Mas um aspecto do ator não será abordado na trama, pelo menos não a priori: o fato de ele ser indígena. E, de certa forma, isso vai ao encontro do que o próprio artista quer para a carreira dele. "Sou ator, é minha profissão, quero disponibilizar meu corpo, minha ferramenta de trabalho, para viver vidas que comumente eu não viveria", explica.

Com certeza, uma das minhas funções de intérprete é desestigmatizar a mentalidade do público brasileiro em relação ao que é uma pessoa indígena. Somos tudo, somos tantos, estamos em todos os cantos, sendo o que quisermos ser.

Leia também -> Resumo dos próximos capítulos da novela Volta por Cima

Volta por Cima é escrita por Claudia Souto e se passa na fictícia Vila Cambucá, no subúrbio do Rio de Janeiro. 


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