De trans a prostituta gaga: O que Carol Duarte faz para não pirar com a fama?

Com toda a repercussão de Ivana/Ivan em A Força do Querer (2017), Carol Duarte virou o centro das atenções. De uma hora para a outra, a estreante se tornou revelação do ano, com potencial de ser protagonista da Globo. Seu relacionamento com uma mulher veio a público. Carol tinha tudo para "pirar com a fama", mas conseguiu controlar a ansiedade preservando sua vida pessoal, com um estilo pacato. Aos 26 anos, em seu segundo papel na Globo, uma prostituta gaga em O Sétimo Guardião, diz que é tímida e que só se solta em cena.

"Eu sou tímida, é real. Não sei o que dá na minha cabeça quando estou em cena que eu faço tudo. No teatro, é pior ainda. Acho que é a minha vida privada que me dá muita timidez. Mas eu vivo do mesmo jeito [de antes da fama], sei que é estranho falar isso. É claro que muda uma coisa ou outra, mas no meu cotidiano eu continuo fazendo as mesmas coisas, trabalhando. Não mudou muita coisa em mim, essencialmente. Eu lido bem [com a notoriedade], não deixo de fazer nada", declara.

CORAÇÃO ACELERADO

Em Família É Tudo, Lupita se empolga para perder virgindade com Júpiter: 'É hoje'

SÓ PIORA!

Novela Renascer: Venâncio sai do túmulo para matar Inocêncio de vergonha

A Força do Querer foi a primeira novela da carreira de Carol, que antes só fazia teatro em São Paulo. Logo de cara ela enfrentou o desafio de se transformar em homem, com o personagem trans Ivana/Ivan. A atriz conta que chegou a ficar com um pé atrás antes de aceitar o trabalho, pois sabia que seria um marco em sua vida.

"Hesitei um pouco em entrar para a TV. No momento em que eu passei pra fazer a Ivana, pensei: 'Esse personagem é muito importante. Se for fazer, preciso dar conta, dentro e fora de cena'. Mas tive uma preparação muito legal, o choque eu já sabia que ia acontecer. Sabe quando você sabe que a onda vai chegar? Eu estou aqui, querendo que a onda venha, vou mergulhar nela", afirma.

A "onda" Ivana chegou até a vida pessoal da atriz. Seguidores descobriram a orientação sexual e o namoro dela com outra mulher, Aline Klein. Carol diz que as duas estão juntas e preparadas para o que vier.

"A gente conversou durante o processo todo. Quando eu topei [fazer novela], as pessoas ao redor de mim sabiam o que eu estava topando. A gente sempre conversou pra entender os caminhos e não machucar ninguém. Porque às vezes a exposição pode dar uma piradinha, assustar. Mas a gente está sempre dialogando, acho que é por aí", explica.

Na trajetória pós-Ivan, Carol agora encara outro desafio. Sua personagem em O Sétimo Guardião é Stefânia, uma prostituta que sofre com gagueira e que se envolve num triângulo amoroso entre pai e filho (Paulo Vilhena e Caio Manhente). A atriz teve de fazer aulas de tango e sessões de fonoaudiologia para se preparar.

"Como atriz, eu me interesso por estar sempre num limite, quero saber o que separa o que é cômico do que não é. Uma pessoa gaguejando pode ser muito engraçado pra quem vê, mas olhando de dentro não é nada engraçado. E a dança vem como um dado, ela é base para o que está acontecendo com a personagem naquele momento. O tango é uma síntese de momentos nossos que podem ser muito furiosos, muito sensuais. Ainda estou entendendo a Stefânia", conta ela, fazendo mistério.