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DEU UM NÓ NO PÚBLICO

De Jamanta a Dona Armênia: os cinco crossovers mais malucos das novelas

Montagem: Divulgação/TV Globo

Cacá Carvalho como Jamanta em Torre de Babel e Aracy Balabanian no Criança Esperança - Montagem: Divulgação/TV Globo

Cacá Carvalho como Jamanta em Torre de Babel e Aracy Balabanian no Criança Esperança

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 26/2/2018 - 5h20

Ao longo de décadas de teledramaturgia, alguns personagens se tornaram maiores do que as obras em que apareceram pela primeira vez e voltaram em novelas posteriores. É o caso de Dona Armênia, vivida por Aracy Alabanian em Rainha da Sucata e em Deus nos Acuda, ou de Jamanta (Cacá Carvalho), de Torre de Babel e Belíssima. O problema é que, apesar de compartilharem universos, as novelas traziam outros atores vivendo personagens diferentes. Uma confusão na cabeça do público.

Tony Ramos, por exemplo, era parceiro constante de Jamanta em Torre de Babel, já que seu José Clementino trabalhava no ferro-velho juntamente com o portador de deficiência mental. Em Belíssima, o mesmo ator vivia o grego Nikos Petrakis. Marcello Antony, Marcos Palmeira e Claudia Raia também deram as caras nas duas novelas. É de dar um nó na mente de Jamanta _e de quem viu as novelas.

Autor das duas novelas, Silvio de Abreu já tinha feito outro crossover maluco: criada em Rainha da Sucata, Dona Armênia fez tanto sucesso que migrou para Deus Nos Acuda juntamente com "seus filhinhas" Geraldo (Marcello Novaes), Gerson (Gerson Brenner) e Gino (Jandir Ferrari). O problema é que Claudia Raia, Glória Menezes e Marisa Orth surgiram com personagens diferentes no mesmo universo.

A prática não é exclusividade das novelas: nos Estados Unidos, a produtora Shonda Rhimes promoverá um crossover de Scandal e How to Get Away With Murder nesta quinta (1º). Resta saber se vão comentar a semelhança entre a promotora Bonnie Winterbottom, da série de Viola Davis, com Amanda Tanner, ex-estagiária da Casa Branca _afinal, as duas dividem uma intérprete, a atriz Liza Weil.

Confira cinco crossovers de novelas que confundiram o público:

divulgação/memória globo

Aracy Balabanian como Dona Armênia em Rainha da Sucata: sotaque e bordões de sucesso

Dona Armênia
Em Rainha da Sucata (1990), Aracy Balabanian vivia uma armênia que acabou se tornando dona do prédio que sediava o império da protagonista Maria do Carmo (Regina Duarte). Suas ameaças de "botar a prédio na chon" fizeram tanto sucesso que a personagem retornou com os três filhos para Deus Nos Acuda (1992).

Difícil era explicar como a dançarina de cabaré Adriana Ross se transformou na trapaceira Maria Escandalosa (ambas interpretadas por Claudia Raia). Ou como a fogosa Nicinha virou a tímida e míope Valquíria (Marisa Orth). A tarefa ficou mais fácil para Glória Menezes, que interpretou peruas nas duas tramas: a vilã Laurinha Figueroa e a esfuziante Baby Bueno, respectivamente.

joão miguel júnior/tv globo

Cacá Carvalho como Jamanta em cena de Belíssima, ao lado de Claudia Raia e Gianecchini

Jamanta
O portador de deficiência mental Jamanta (Cacá Carvalho) surgiu em Torre de Babel (1998) como um trabalhador de ferro-velho. Bordões como "Jamanta não morreu" fizeram o personagem virar um prato cheio para as paródias do Casseta & Planeta.

Surpreendentemente, Carvalho voltou a interpretar Jamanta em Belíssima (2005), com a mesma deficiência, mas em um novo cenário: agora, ele trabalhava na oficina mecânica de Pascoal (Reynaldo Gianecchini).

Como Pascoal tinha um affair com Safira (Claudia Raia), Jamanta deve ter ficado bem surpreso com a presença dela na oficina; na novela anterior, a mesma atriz interpretava a vilã Ângela Vidal, que se matou no final da novela ao pular do alto de um prédio.

Tony Ramos também foi do ex-presidiário Clementino para o grego Nikos, Marcos Palmeira era o advogado certinho Alexandre e virou o delegado Gilberto, e Marcello Antony trocou o drogado Guilherme pelo vilão André.

lourival ribeiro/sbt

Noemi Gerbelli aparece no SBT como Olívia desde 2012: ela já foi diretora, jornalista e policial

Olívia
Fenômeno de audiência para o SBT, a novela Carrossel (2012-2013) continua sendo explorada pela emissora até hoje: recentemente, a personagem Olívia (Noemi Gerbelli) deu as caras em Carinha de Anjo.

Terror das crianças, apesar de bem intencionada, ela já apareceu em três obras diferentes, cada vez com uma profissão: foi diretora da Escola Mundial em Carrossel, delegada e diretora de redação de um jornal na série Patrulha Salvadora (2014-2015) e agora é inspetora de polícia.

O problema é que Carinha de Anjo conta com atores que participaram de Carrossel, como Maisa Silva, que era a destemida Valéria e agora é a vlogueira Juju, e Jean Paulo Campos, que foi do tímido Cirilo para o cantor Zeca. Henrique Stroeter, que era o pai de Jaime Palilo (Nicholas Torres) em Carrossel, agora é o criminoso Coruja.

divulgação/tv globo

Paulo Dalagnoli voltou a interpretar Lírio Lorenzzo durante participação em Totalmente Demais

Lírio Lorenzzo
Até Malhação entrou na onda dos crossovers: um dos galãs da 22ª temporada da novela adolescente, exibida entre 2014 e 2015, o vaidoso Lírio Lorenzzo (Paulo Dalagnoli) saiu da Escola de Artes Ribalta para uma participação especial em Totalmente Demais (2015), escrita pela mesma dupla de autores, Rosane Svartman e Paulo Halm. Nas duas novelas, ele roubou a cena ao exibir o corpo sarado.

O problema de misturar as obras é que Felipe Simas atuou nas duas tramas com personagens diferentes: em Malhação, ele era o vilão Cobra; em Totalmente Demais, o mocinho Jonatas. Juliana Paiva, Lellezinha e Daniel Blanco foram outros atores que também interpretaram papéis distintos nas novelas.

divulgação/memória globo

Lima Duarte na pele do senador Victório Vianna em Porto dos Milagres: bagunça dramatúrgica

Murilo Pontes, Pitágoras e Victório Vianna
Aperte os cintos que o último crossover é complicado: a confusão começa com Pedra Sobre Pedra (1992), novela que tinha como protagonista Lima Duarte, na pele do político Murilo Pontes, que queria emplacar o filho Leonardo (Maurício Mattar) como prefeito da cidade de Resplendor.

Aguinaldo Silva gostou tanto do personagem que o colocou para participar de um jogo de pôquer em Greenville, a cidade que misturava falas em português com expressões em inglês e servia de cenário para A Indomada (1997). Com isso, as duas novelas passaram a existir em um mesmo universo dramatúrgico. Em sua aparição, encontrou Zenilda (Renata Sorrah). A mesma atriz, em Pedra Sobre Pedra, tinha vivido Pilar, grande amor de Murilo Pontes e sua maior rival política. 

Um dos personagens de destaque de A Indomada era o deputado Pitágoras (Ary Fontoura). De tão querido, ele voltou a aparecer em Porto dos Milagres (2001), que também entrou para o universo das outras duas novelas. O problema é que, na novela, Fontoura dividia a cena com Lima Duarte _que interpretava não Murilo Pontes, mas o senador Victório Vianna.

Para finalizar, Victório voltou a dar as caras em Senhora do Destino (2004) em uma participação mais que especial, de olho na vilã Viviane (Letícia Spiller). Assim, as quatro novelas de Aguinaldo Silva estão em um mesmo contexto _que pode ser estendido para O Sétimo Guardião caso Nazaré (Renata Sorrah outra vez) realmente volte, como o autor divulgou.

Só para citar alguns dos atores que interpretaram personagens distintos nesse universo compartilhado atrapalhado: Adriana Esteves, José Mayer, Eva Wilma, Flávia Alessandra, José de Abreu, Arlete Salles, Carla Marins, Luiza Tomé, Pedro Paulo Rangel, Letícia Sabatella, Leandra Leal e Elizângela. Ufa!


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