Criado em cidade com 4 mil habitantes, ator transforma Vale Tudo em final de Copa

Criado na pequena São José da Safira, cidade mineira com 3,8 mil habitantes e localizada a 361 km de Belo Horizonte, o ator Ricardo Teodoro virou uma espécie de herói local desde que o remake de Vale Tudo estreou. O intérprete do fotógrafo Olavo, comparsa de César (Cauã Reymond) em suas tramoias, é celebrado pela população safirense e cria um clima de final de Copa do Mundo toda vez que aparece na novela.

"Eu acho um barato (risos)! Minha família no interior de Minas se reúne para ver a novela, e quando meu nome apareceu na abertura todo mundo vibrou. É como se fosse final de Copa do Mundo mesmo!", diverte-se Teodoro em conversa exclusiva com o Notícias da TV.

"A novela tem esse lugar muito único de reunir as famílias na sala, diante da televisão, é uma paixão brasileira mesmo. Ela faz as pessoas se sentarem com seus amigos, seus familiares, para assistir, torcer, criticar... É muito bom poder vivenciar isso, saber que seu trabalho está sendo visto em todo o país", justifica o ator, que havia feito apenas participações pequenas no gênero.

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O convite para fazer um teste para a novela surgiu depois de ele ser elogiado (e premiado, inclusive internacionalmente) por seu trabalho no filme Baby (2024). "Todo ator está em busca de um personagem que pode mudar a sua história. E o Ronaldo me possibilitou mostrar todas as ferramentas que eu adquiri durante todos os meus anos de carreira", ressalta.

Quando você sai premiado de um Festival de Cannes [ele levou o troféu de ator revelação na Semaine de la Critique], querendo ou não as pessoas começam a se interessar mais por você, a se perguntar: 'Quem é esse cara?'. O convite para os testes, com certeza, chegou por causa disso. E graças a Deus deu certo!

Por estar em sua primeira novela como integrante do elenco fixo, Ricardo Teodoro ainda se surpreende com o tamanho da produção. "São cinco frentes de trabalho quase todos os dias, todo mundo trabalha muito! Eu sempre admirei quem faz novelas, e agora admiro ainda mais. Tem uma sagacidade, uma rapidez, é um organismo muito interessante de se fazer parte", aponta.

"Confesso que só nas últimas cenas que rodei eu consegui respirar e falar 'saquei!', agora entendi como fazer. Hoje, consigo ser mais leve, mais divertido, compreender o que é um folhetim. Apesar de todo o meu tempo de carreira, eu me sinto um bebê, aprendendo tudo do zero com quem já faz isso. Aprendo muito com o Cauã, tive uma cena com a Taís [Araujo] que foi maravilhosa. É delicioso estar em um lugar de aprendizado depois de tanto tempo", valoriza.

O próprio Ricardo admite ser um noveleiro de carteirinha. "Para mim, a TV foi a única oportunidade de entretenimento durante muitos anos. A novela sempre foi essa possibilidade de sair, de viajar para outras realidades, de estimular esse campo da imaginação", conta.

"Eu adorava O Clone [2001], O Rei do Gado [1996], morria de medo do Alexandre [Guilherme Fontes] de A Viagem [1994] (risos). Tive a chance de ver o Othon Bastos e falar o quanto eu gostava de Éramos Seis [1994], olha que loucura! Essa é a magia da novela, da TV", crava.

Leia também -> Resumo dos capítulos da novela Vale Tudo.

Vale Tudo foi exibida em 1988 e é um dos grandes sucessos da teledramaturgia brasileira. O remake da novela celebra os 60 anos da Globo. A autora Manuela Dias está responsável pela atualização da trama, e Paulo Silvestrini assina a direção artística.

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