Eta Mundo Bom!
Reprodução/Globo
Débora Nascimento foi de caipira a cosmopolita em um único capítulo de Eta Mundo Bom!
GABRIEL PERLINE
Publicado em 9/3/2016 - 6h28
Alvo de críticas, o sotaque caipira carregado de Filomena, personagem de Débora Nascimento em Eta Mundo Bom!, desapareceu como em um passe de mágica no capítulo da última sexta-feira (4) da novela das seis da Globo. Filomena, que deveria ser uma dançarina sexy, agora fala um "carioquês". A mocinha da trama de Walcyr Carrasco deveria ter se tornado cosmopolita logo na primeira semana, mas um vacilo da direção da novela adiou a transformação para uma passagem de tempo. A mudança, no entanto, aconteceu antes, sem nenhuma justificativa, em um erro de continuidade.
Durante uma conversa com Diana (Priscila Fantin) e Clarice (Marianna Armellini), no capítulo de sexta-feira, Filomena foi convencida pelas colegas a pedir um anel de noivado a Ernesto (Eriberto Leão). "Clarice, você também pensa que o Ernesto tá me cozinhando com promessas?", disse a protagonista, enfatizando todos os "erres" e dando um ritmo cantado à locução, como vinha fazendo desde o início da novela.
Logo na sequência, Filomena apareceu na casa de Ernesto usando a mesma roupa da cena anterior. Seu sotaque e seus gestos caipiras, no entanto, foram esquecidos no caminho. "Ernesto, um anel é a prova de que realmente quer casar comigo. Eu vou ficar tão orgulhosa de mostrar um anel para minhas amigas. Ernesto, o dinheiro há de ser meu já que leva tudo o que ganho", disse a personagem, que trocou o tom carregado dos "erres" por um acento "carioquês" moderno.
Filomena e Ernesto foram juntos até uma loja e compraram o tal anel de noivado. Diante da vendedora, ela usa e abusou de seu novo modo de se expressar. Em seguida, a mocinha retornou para sua casa e mostrou o acessório para a amiga Clarice. E retomou o sotaque caipira que ela havia esquecido durante o tempo em que apareceu ao lado do namorado.
A Globo minimiza as falhas na continuidade e classifica o ocorrido como algo aceitável para a história. "Desde a sinopse da novela, já estava previsto que ao longo da trama Filomena passaria pela transição de moça do interior para a mulher cosmopolita da São Paulo do final dos anos 1940, adotando novas formas de agir, se vestir e se expressar", disse a emissora ao Notícias da TV.
Chama a atenção o fato de o autor Walcyr Carrasco, temido na Globo por interferir na edição e na direção das tramas que assina, ter deixado tal detalhe passar despercebido.
No capítulo de segunda-feira (7), a novela passou por um salto no tempo, indicado pela frase "meses depois". Filomena apareceu com novo corte de cabelo, figurinos elegantes e o sotaque cosmopolita que adotou repentinamente nos tempos em que ainda era caipira.
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