Ator de Novo Mundo banca a Pereirão e vira marido de aluguel na quarentena

Intérprete de Peter em Novo Mundo, Caco Ciocler se inspira em outro personagem da teledramaturgia em meio a pandemia do coronavírus (Covid-19). O ator arregaçou as mangas e encarnou a própria Pereirão (Lilia Cabral) de Fina Estampa para fazer pequenos consertos em sua residência --um marido de aluguel e tanto na quarentena.

"Minha casa precisava de uma série de reparos hidráulicos, elétricos, pintar parede, envernizar as madeiras, limpezas e pequenos consertos, e fiz tudo isso sozinho. Aprendi a fazer", entrega o paulistano, que também preenche o dia com afazeres cotidianos. "Manter a casa limpa, cozinhar, fiz até uma pequena hortinha", lista.

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Entre um serviço e outro, ele também arranjou tempo para concluir as disciplinas do recém-iniciado curso de Biologia. "Eu tinha entrado na faculdade semipresencial antes da pandemia começar e eles mudaram algumas matérias. Esse primeiro semestre inteiro foi de cadeiras que não precisariam ser presenciais", explica o artista de 48 anos.

Caco, inclusive, não se descuidou da carreira artística mesmo com teatros e cinemas fechados, além da paralisação nas gravações de novelas e séries nas principais emissoras do país. Ele se dedica a divulgar o filme Partida (2019), em que assina a direção, lançado diretamente nos serviços de streaming no último dia 18.

A crise de saúde pública, porém, só o impediu de continuar com os preparativos de sua peça com o coletivo Ultralíricos, baseada em uma canção de Tom Zé. "Já estávamos nos ensaios gerais no palco. Seguramos até quando conseguimos. Não sabemos quando será possível voltar", afirma o galã.

Santo remédio

O ator confessa que as suas cenas mais difíceis no folhetim de Alessandro Marson e Thereza Falcão não envolveram horas de gravação e de ensaio. "Eu acho mais complexas as cenas cotidianas, que não querem dizer nada. Que você está ali no meio de uma festa e a câmera vem para você e tem que dar uma fala que não é nada", exemplifica.

Caco, aliás, sempre suava frio quando Peter indicava em cena o mesmo santo remédio para qualquer caso clínico, seja um colapso nervoso de Amália (Vanessa Gerbelli) ou a incessante febre de um dos filhos de Leopoldina (Leticia Colin).

"Eram as mais difíceis de sustentar. Ele soava como um mau médico para o imaginário atual, porque a solução era sempre repouso, banho e chá de flor de laranjeira. Era o que se fazia na época. Não estava errado, mas para mim eram as mais complicadas", confidencia o intérprete.

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