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STREAMING VIRA OPÇÃO

Operadora vende Game of Thrones e Homeland para quem não tem TV paga

Divulgação/HBO

Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) em cena da sétima temporada de Game of Thrones - Divulgação/HBO

Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) em cena da sétima temporada de Game of Thrones

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 28/7/2017 - 4h56

A operadora Oi lançou nesta semana um serviço que oferece, por meio de internet de banda larga, conteúdos que até então eram exclusivos para assinantes da TV paga, como as premiadas séries Game of Thrones, da HBO, e Homeland, do Fox Premium. A aposta no conteúdo on demand mostra uma tendência do mercado da TV por assinatura de investir na internet como forma de conquistar um novo público.

O Oi Total Play pode ser contratado por clientes da operadora que utilizam os serviços de telefonia fixa, móvel e internet. A novidade, porém, vai excluir os assinantes do Estado de São Paulo, onde a companhia não oferece banda larga.

O produto oferecerá conteúdos das programadoras Discovery (com atrações do infantil do Discovery Kids), ESPN, Fox, HBO, Sony (com o Crackle) e Viacom (por meio do inédito Noggin, que carrega a programação do canal Nick Jr.), além de filmes e séries disponíveis no acervo do Coleção Oi.

Antes, alguns programas até podiam ser vistos na web, em plataformas como o HBO Go, mas apenas por quem assinasse os canais na TV paga.

A aposta no conteúdo on demand mostra uma tendência do mercado de investir na internet como forma de conquistar um novo público. Um levantamento divulgado pela Oi mostra que a banda larga está presente em 24% dos lares brasileiros: 14% têm TV por assinatura, 10% não. O Total Play buscaria justamente os últimos.

Bernardo Winik, diretor de varejo da Oi: de olho na internet para conquistar clientes mais jovens

A Oi não é a única operadora a olhar para a internet como um mercado grande a ser explorado. A América Móvil, dona das operadoras Net e Claro TV, já disponibiliza muito de seu conteúdo na plataforma Now. A Sky também anunciou que seu serviço de TV paga pela internet chegará ao Brasil no ano que vem. A ideia é seguir os moldes do DirecTV Now, lançado no fim do ano passado nos Estados Unidos.

Nos casos da DirecTV e da Sky, porém, a distribuição pela web segue os moldes da TV por assinatura, apenas substituindo o conversor da televisão pelo modem de internet. A Net e a Claro TV, por outro lado, restringem o acesso ao Now para os clientes das duas operadoras.

A Oi está vendendo um pacote de serviços: é impossível assinar o Total Play sem contratar também uma banda larga _é justamente esse fator que faz com o serviço não funcione em São Paulo. Dessa forma, a empresa deixa de ser uma operadora de TV paga e se transforma em uma operadora de banda larga que oferece vários produtos por meio de sua rede.

"Nossa proposta é colocar o consumidor no centro de tudo. Estamos dando a ele a opção de consumir conteúdo da forma e no lugar que melhor lhe convém", diz Bernardo Winik, diretor de varejo da Oi. A ideia da empresa é que os pacotes do Oi Total atinjam 2,3 milhões de clientes até o fim do ano _atualmente, são 1,4 milhão.

Todas as operadoras defendem, porém, que o investimento na web não vai "canibalizar" a TV paga tradicional. "O conteúdo do DirecTV Now, apesar de bastante variado, não contempla tudo o que é oferecido pelo satélite da DirecTV. Assim, nem tudo que está na TV pode ser encontrado na internet", explicou a norte-americana Jenn McGinnis, diretora de estratégia de aquisição da DirecTV Now, no evento Streaming Brasil, realizado no dia 17 deste mês em São Paulo.

"São públicos diferentes. Fizemos uma pesquisa com nossos clientes e vimos que os hábitos estão mudando. Entre os baby boomers [pessoas de 50 a 64 anos], 77% consomem entretenimento pela televisão, 35% pelo computador, 16% pelo celular e 14% pelo tablet. Na geração Z [abaixo de 20 anos], a TV corresponde a 47%, o computador é usado por 45%, o celular por 40% e o tablet por 17%", explica Ermindo Checchetto Neto, diretor de produtos do segmento residencial da Oi. 

"E mesmo os 47% dos jovens que veem TV não seguem mais a grade linear; querem o conteúdo on demand. O importante é fazermos o conteúdo chegar ao público, não importa como", continua Checchetto.

Representantes das programadoras envolvidas com o Oi Total Play também apostam que um serviço não vai atrapalhar o outro. "Pelo contrário. Nós acreditamos que o streaming pode até servir de porta de entrada para a TV paga. Você tem acesso àquele conteúdo, se interessa e busca outras maneiras de encontrá-lo", aposta Alessandra Pontes, vice-presidente de vendas da Discovery Networks.

"A verdade é que hoje lidamos com uma geração que já nasceu conectada na internet. Como nós não fomos assim, precisamos aprender a lidar com ese mundo. Então a principal preocupação é entender o comportamento do consumidor. Se ele está na web, precisamos ir para lá também", diz Raul Costa Jr., gerente-geral e vice-presidente sênior da Viacom.

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