Como a morte de Gugu Liberato inspirou Marcos Mion a ser protagonista de filme

Marcos Mion decidiu dar um rumo diferente para sua carreira. Após muitos anos de trabalho como apresentador, ele encasquetou que queria ser protagonista de um filme. O projeto vingou, e MMA - Meu Melhor Amigo estreou na última quinta (16) nos cinemas. O ex-MTV Brasil teve a ideia de fazer o filme após a morte de Gugu Liberato (1959-2019).

"Eu tive um estalo muito forte depois que meu querido amigo Gugu Liberato faleceu. Eu estava vendo as homenagens feitas a ele, e a maioria eram compilados de edição de imagens dele em programas mais recentes, longe de representar tudo que ele já fez na vida, com quase 50 anos de carreira. Eram as mesmas dez imagens editadas que passavam em todo lugar com uma locução em cima, não fazendo nenhum jus à carreira que ele teve ou à mensagem que quis passar ao longo da vida dele", relata o apresentador.

"Isso me machucou, porque de certa forma eu vi que isso ia acontecer comigo um dia, quando eu não estivesse mais aqui. No começo deste ano, eu faço 25 anos de carreira como comunicador. Já fiz tanta coisa, já quis passar tantas mensagens legais. E se um dia chegarem pra um editor e falarem: 'Mion se foi, compila umas imagens que a gente vai botar uma locução em cima'. Falei: 'Caramba, eu não quero isso'".

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E aí me caiu a ficha de que, se eu fizesse um filme, esse filme ia representar uma mensagem que eu quisesse deixar. Uma mensagem que representasse meu legado, minha existência, minha carreira, tudo que eu deixei a minha vida inteira pra levar entretenimento para as pessoas. Aí eu fiquei com essa história de fazer esse filme, que esse filme passasse uma mensagem que poderia servir como legado.

"E esse filme é isso. 'Um homem que não luta pela sua família não luta por mais nada nessa vida' [frase dita no filme], se puder ficar só essa mensagem eu tô mais que satisfeito. Tem uma mensagem que pode tocar as pessoas eternamente", explica Mion.

Em MMA - Meu Melhor Amigo, Mion interpreta Max Machadada, um lutador que quer voltar a ser campeão e encarar uma luta dificílima. Em meio à preparação, ele descobre que tem um filho autista e passa a ser um paizão para o garoto.

Mion se coloca como um porta-voz do autismo --o filho mais velho dele, Romeo, é um jovem autista, e o ator e apresentador fala muito nas redes sociais de sua vivência com o rapaz. No filme, no entanto, o artista considera que o autismo é apenas uma das camadas. Ele acredita que a história é sobre relações familiares e a importância delas.

"Eu tenho um carinho muito especial pela conscientização sobre o autismo, acho que essa foi a força motora de todo o projeto, foi a chama que fez tudo acontecer. Eu entendo o meu propósito de vida de ser porta-voz do meu filho e consequentemente dos mais de 2 milhões de autistas que existem no nosso país", ressalta ele.

"Mas o filme tem muitas camadas, várias camadas. O autismo é uma delas. Eu gosto de falar que esse filme é uma homenagem à família, às relações familiares. A gente acompanha ali um homem ressignificando sua existência, sua vida, seus títulos, seu senso do que é ser bem-sucedido, de vitória. A gente vê a paternidade dele acontecendo e vê ele aprendendo a se tornar filho também. Eu acredito que a relação familiar é o grande cerne do filme, da mensagem que eu gostaria que chegasse", declara Mion.

Confira o trailer de MMA - Meu Melhor Amigo: