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ESTREIA NESTA QUINTA

Análise: Fãs de Os Cavaleiros do Zodíaco estão prontos para filme live-action?

Divulgação/Sony Pictures

Caitiln Hutson e Mackenyu posam para foto promocional de Os Cavaleiros do Zodíaco - Saint Seiya: O Começo

Caitlin Hutson (Marin) e Mackenyu (Seiya) em cena de Os Cavaleiros do Zodíaco - Saint Seiya: O Começo

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 27/4/2023 - 6h25

Fenômeno dos anos 1990, Os Cavaleiros do Zodíaco finalmente ganha uma adaptação live-action com Saint Seiya: O Começo, que chega nesta quinta-feira (27) aos cinemas brasileiros. A espera de mais de três décadas não ocorreu por acaso: levar a história para o cinema, com atores de carne e osso, é um desafio hercúleo. E, como muitos fãs do anime são bastante fervorosos e rejeitam qualquer mudança na trama, a tarefa é no mínimo ingrata.

Não é preciso voltar muito no tempo para entender o problema que o diretor Tomasz Bagiński arrumou para si mesmo --e logo em sua estreia no comando de um longa-metragem. Em 2019, a Netflix trouxe Os Cavaleiros do Zodíaco para uma nova geração. Feita em computação, a animação irritou fãs já no primeiro trailer --Shun, o cavaleiro de Andrômeda, tinha sido transformado em mulher.

Sim, algumas críticas faziam sentido dentro do contexto: as amazonas do anime original tinham regras específicas para que atuassem como guerreiras de Atena, escondendo seus rostos atrás de máscaras. Também pegou mal que justamente Shun, o mais sensível e feminino dos cinco protagonistas, tenha sido o eleito para passar pela troca de gênero.

As críticas foram tão intensas que a Netflix desistiu da série. A segunda temporada foi disponibilizada pela Crunchyroll, plataforma especializada em animes --que ainda em 2023 exibirá o terceiro ano, mas para um público menor do que o alcançado pela gigante do streaming.

O live-action de Os Cavaleiros do Zodíaco deve passar por algo parecido. Quando o primeiro trailer foi lançado, com suas falas em inglês, fãs brasileiros partiram para o ataque: teve até quem reclamasse da mudança dos nomes de Saori e Ikki para Sienna e Nero, sem saber que os personagens já eram chamados assim na versão em inglês do desenho. A Sony Pictures resolveu o problema (inexistente) na dublagem, dando à reencarnação da deusa Atena e ao cavaleiro de Fênix as alcunhas pelas quais ficaram conhecidos por aqui.

Basicamente, Os Cavaleiros do Zodíaco - Saint Seiya: O Começo entra em campo para um jogo que já está perdido. Quem nunca viu o anime vai ter pouco interesse em pagar para assistir ao filme. Quem gosta do desenho vai reclamar nas redes sociais de todas as mudanças feitas pela equipe.

A distribuidora do longa no Brasil sequer fez uma exibição antecipada para a imprensa --como é de praxe na indústria--, já prevendo as críticas que viriam. Pré-estreia para convidados? Nem pensar. Saint Seiya: O Começo estreia nos cinemas como uma grande incógnita, na esperança de atrair seu público apenas pelo sucesso da "marca" Cavaleiros do Zodíaco.

O pior de tudo é pensar que, pelo menos na teoria, uma adaptação poderia ser uma excelente ideia. A história criada por Masami Kurumada é um prato cheio em arcos narrativos, personagens bem construídos e com cenas de ação que tirariam o fôlego do público nas telonas. E o anime, vamos combinar, enrolava seu público de uma maneira que jamais seria aceita atualmente.

Uma adaptação live-action deveria ser abraçada pelo público que cresceu com Cavaleiros do Zodíaco, e não detonada assim que foi anunciada. Para quem não gostasse da adaptação, bastaria reassistir (mesmo que pela centésima vez) os capítulos originais.

Confira o trailer de Os Cavaleiros do Zodíaco - Saint Seiya: O Começo:


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