COMPETIÇÃO POR GRUPOS
REPRODUÇAO/TV GLOBO
Victoria Borges chora após a segunda apresentação do grupo brasileiro de Ginástica Rítmica
O Brasil não se classificou para a final da competição por equipes da Ginástica Rítmica. O país ficou fora da lista de oito melhores na fase eliminatória, que aconteceu na manhã desta sexta (9), devido principalmente à lesão de uma atleta. Victoria Borges sofreu uma contratura no músculo gastrocnêmio, na panturrilha, e não conseguiu realizar os movimentos de maior dificuldade e que tinham uma pontuação maior.
De acordo com as colegas de equipe, Victoria sentiu dores no tendão antes mesmo da primeira apresentação do grupo nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. A situação piorou depois que elas mostraram ao público seu número com arcos. A ginasta saiu mancando do tapete, mas segurou a barra. No vestiário, as dores ficaram ainda mais intensas, se espalhando para toda a panturrilha.
Mesmo assim, a atleta trocou de figurino e subiu com o grupo para a segunda apresentação, com três fitas e duas bolas. Com muita dor, ela não conseguiu realizar as cambalhotas e giros que dependiam da base da perna esquerda. Isso afetou a sincronia do grupo e também as pontuações decorrentes da dificuldade dos movimentos.
As atletas saíram do tapete aos prantos, e Victoria foi carregada pela técnica do grupo que a abraçou e a levou para o vestiário. Em entrevista posterior ao Sportv, as ginastas demonstraram admiração e gratidão pelo fato de a colega ter ao menos se esforçado para marcar os passos. Afinal, sem a presença dela, o grupo sequer conseguiria entrar e apresentar o número que foi ensaiado.
A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) confirmou que a sergipana de 22 anos sofreu uma contratura muscular na panturrilha durante o aquecimento, após fazer um "exercício simples".
"Faltando dez minutos pra entrar em quadra, ela sentiu uma dor muito forte na panturrilha. O médico desceu, deu toda a assistência. Ela não estava conseguindo fazer muita coisa, então a gente tentou ao máximo para que ela pudesse entrar em quadra e fizesse o máximo que ela pudesse, mesmo sem fazer dificuldades. E foi o que ela fez", declarou Maria Eduarda Arakaki, em entrevista ao Sportv.
"Apesar de a gente ter feito uma boa série, ela não pôde fazer as dificuldades corporais, então a gente não teve nota o suficiente. Mas a gente queria entrar em quadra para poder pelo menos finalizar a competição, porque a gente trabalhou muito, a gente entregou muito nas mãos de Deus... A gente sabe que tem um propósito, mesmo que a gente não entenda. Ela foi muito guerreira, estava sentindo muita dor. E a gente só queria finalizar o nosso trabalho. O nosso sonho era uma final, mas....", disse ela, aos prantos.
Ao fundo, Deborah Medrado, Sofia Pereira e Nicole Pircio se debulhavam em lágrimas. "A gente tentou se unir ao máximo para fazer o melhor que a gente podia nesse momento. É um pouco difícil para a gente, porque a gente sabe que atleta está sujeito a esse tipo de coisa, está sujeito a lesão, mas ninguém está preparado para que seja 10 minutos antes de entrar na quadra", finalizou ela.
O regulamento da ginástica rítmica das Olimpíadas permite que as equipes inscrevam apenas cinco atletas. Uma reserva pode viajar para ajudar na preparação, mas, a partir do início da competição, não é permitido que nomes sejam trocados.
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