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Rombo de R$ 100 mi? Novos programas do SBT ficam 2 horas sem intervalo comercial

Reprodução/SBT

Paulo Mathias e Michelle Barros comem hot dog japonês no Chega Mais

Paulo Mathias e Michelle Barros comem hot dog japonês no Chega Mais: programa só tem dois intervalos

DANIEL CASTRO

dcastro@noticiasdatv.com

Publicado em 25/6/2024 - 6h10
Atualizado em 25/6/2024 - 16h30

Principais apostas da nova programação do SBT, o Chega Mais e o Tá na Hora não apenas derrubaram a audiência da emissora em mais de 30%. No ar desde março, os dois diários estão encalhados no mercado publicitário e ficam mais de duas horas sem um único intervalo comercial. Pior: são os pilares de um rombo que, no final do ano, pode chegar a R$ 100 milhões.

O SBT nega. Diz que ambas as atrações "estão dentro das expectativas comerciais da emissora". Após a publicação deste texto, enviou nota contestando a previsão de prejuízo (leia abaixo).

No ar das 9h30 às 13h30, o Chega Mais tem apenas dois intervalos, que somam 13 minutos. O último break costuma ir ao ar por volta das 11h05, e o programa fica pelo menos duas horas e 15 minutos sem comerciais --há apenas uma ação de merchandising, às 12h.

A situação do policialesco Tá na Hora é semelhante. Com duas horas e 15 minutos de duração (no ar das 17h30 às 19h45), tem apenas um intervalo, de seis minutos e meio, logo no início. Fica duas horas sem break, mas pelo menos tem mais merchandising (quatro ações).

Pela tabela de preços do SBT, um anúncio de 30 segundos em rede nacional no Chega Mais custa R$ 162.800. Como dois de seus 13 minutos de intervalos são de anúncios da própria emissora, ele faturaria R$ 3,6 milhões por programa. Mas a tabela é uma ficção.

Segundo fontes do mercado, o SBT dá descontos de 90% para anunciantes assíduos, caso de Colgate-Palmolive e Unilever. Assim, a receita com intervalos comerciais não chegaria a R$ 400 mil por programa, ou menos de R$ 8 milhões por mês.

Anunciar no Tá na Hora é bem mais caro, R$ 301.200 por 30 segundos na tabela. Considerando o desconto, o programa faturaria pouco mais de R$ 300 mil por edição, ou cerca de R$ 6 milhões por mês com seu único intervalo comercial.

Essa conta não fecha, de acordo com profissionais da área. Com muito conteúdo jornalístico (que é caro), os dois programas estariam dando prejuízo. Nos bastidores do SBT, há quem projete um rombo de R$ 100 milhões em 2024 devido aos investimentos em novos programas.

Percentual de break e conteúdo

Levantamento obtido com exclusividade pelo Notícias da TV revela que a proporção entre intervalo comercial e conteúdo (que em TV é chamado de arte) no Chega Mais e no Tá na Hora é uma das mais baixas das grandes redes.

O matinal teve na semana passada apenas 5,8% do tempo que ficou no ar ocupado por seus dois breaks. No Tá na Hora, essa relação é ainda pior: 4,7%. Nenhum programa diário exibido pelo SBT entre 6h e meia-noite tem desempenho comercial tão ruim.

O Fofocalizando, por exemplo, tem 12% da sua duração tomada por intervalos comerciais; o Programa do Ratinho, 13%; o Primeiro Impacto (das 8h às 9h30), 14%; e o SBT Brasil, 17%. Nas novelas, esse percentual varia de 14% a 25%, dependendo do horário.

No horário do Chega Mais, a Globo vende 24% do espaço do Encontro com Patrícia Poeta e 23% do Mais Você de Ana Maria Braga. A Record também consegue 23% de breaks com o Hoje em Dia.

Justiça seja feita, programas com grandes períodos sem intervalos comerciais não são exclusividade do SBT. A Record e a Band também apelam a esse recurso como ferramenta de manutenção de audiência.

O Cidade Alerta paga seus três breaks, com quase 20 minutos, na primeira meia hora de exibição. Segue direto das 17h até as 19h55, com apenas duas interrupções para o boletim informativo JR 24 Horas. Antes do Cidade Alerta, a Record faz uma grande "desova" de anúncios na reprise de novela vespertina, que tem 30% de seu tempo tomado por intervalos.

E também há programas com menos breaks do que os Tá Na Hora. É o caso dos locais Bom Dia São Paulo (3,5%) e SP1 (4,35%), ambos na Globo.

Champions e Sul-Americana são sucesso

Leia nota que o SBT enviou após a publicação deste texto:

"O SBT nega enfaticamente a informação sobre uma eventual previsão de prejuízos conectados à sua grade de programação. A emissora acredita na força de seu portfólio de programas em relação a patrocínios e projetos que, de forma criativa, entregam visibilidade, rentabilidade e resultados positivos aos seus clientes.

Alguns exemplos importantes: Champions League, sucesso de audiência da grade, já está em fase de renovação com seus patrocinadores --três das seis cotas estão confirmadas para a próxima temporada; as finais da Copa Sul-Americana estão com todas as suas cotas vendidas e uma fila de marcas interessadas; todas as cotas fundadoras do +SBT, streaming gratuito da emissora que será lançado brevemente, já foram totalmente comercializadas; estamos em fase adiantada de negociações para ações comerciais na nova novela Caverna Encantada e a 10ª temporada do Bake Off Brasil.

Em relação à audiência --segundo dados da Kantar Ibope-- o SBT teve, em junho, um dos maiores crescimentos desde janeiro. A emissora cresceu na faixa das 24h, bem como nas faixas da tarde, noite e madrugada. Vale destacar, ainda, que 21 de 35 programas tiveram aumento de audiência neste mês, com 17 deles na vice-liderança, a exemplo de Domingo Legal, Sabadou, The Noite, SBT Podnight, entre outros. Portanto, 60% dos programas tiveram crescimento em relação ao mês anterior.

Esses números e dados demonstram que o SBT segue comprometido em levar entretenimento e informação de qualidade e que a nova grade está no seu caminho de maturação e formação de hábito de audiência junto ao público brasileiro.

Fonte: Audiência/Kantar Ibope Media - Instar Analytics - Dados Domiciliares - (Rat%) - Tabela de Programação - Regiões Metropolitanas (15 praças) - junho/24 até dia 20 e maio mês fechado."


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