Sem trabalho, humorista da Globo definhou após trauma e chegou a dormir na rua

A imagem de César Macedo (1935-2016) ficou marcada entre o público por causa do personagem Seu Eugênio, criado para compor o elenco da Escolinha do Professor Raimundo, na década de 1990. A vida pessoal do ator, no entanto, foi conturbada: em 2000, ele sofreu um acidente de carro que deixou sua mulher com limitações físicas. Depois, ficou viúvo, perdeu trabalhos e entrou em depressão. Com dificuldades financeiras, chegou a dormir na rua. 

O artista nasceu em Luz, no interior de Minas Gerais, e se mudou para o Rio de Janeiro para seguir a carreira de ator. Participou do Sítio do Picapau Amarelo (1977-1986) e de filmes do estilo pornochanchada.

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Mas o reconhecimento do público chegou de vez quando entrou para o time da Escolinha, liderado por Chico Anysio (1931-2012). Com os cabelos arrepiados e grandes óculos, Macedo deu vida ao personagem Seu Eugênio, inspirado no cientista Albert Einstein (1879-1955). Um de seus bordões era: "Pode perguntar, que comigo é na manteiga!".

Foi em meio às gravações que um evento mudou sua vida. Aos 66 anos, ele sofreu um acidente de carro na rodovia Raposo Tavares, em São Paulo. A pista estava em obras, e ele alegou falta de sinalização. "Não consegui ver pra onde estava indo, então bati contra um muro de concreto", declarou, na época. 

Sua mulher, Adriana Macedo, foi quem mais se machucou. Ela sofreu fraturas no fêmur e no joelho e foi internada às pressas. Conseguiu sobreviver, mas se tornou uma pessoa com deficiência e só era capaz de se locomover com o uso de cadeira de rodas. 

Ainda na recuperação do trauma, o artista retornou ao trabalho. Desligado da Globo, migrou com parte do elenco para a Escolinha do Barulho (1999-2001), exibida pela Record. Participou em seguida de Uma Escolinha Muito Louca (2008-2010), na Band. Seu último emprego foi na Escolinha do Gugu (2011-2012), de volta à emissora de Edir Macedo. 

Com o encerramento da atração, o ator teve problemas financeiros. Em 2011, Adriana Macedo escreveu uma carta para Gugu Liberato (1959-2019) na qual pedia ajuda para reformar a casa em que a família morava. O apresentador deu destaque à história e atendeu ao pedido, transformando o ambiente em um local mais acessível. 

No ano seguinte, Adriana teve complicações de saúde e morreu. Deprimido, César não conseguiu manter a residência nas condições adequadas e acusou os filhos de abandono. Diante das dificuldades, chegou a dormir nas ruas, em uma caixa de papelão. 

Em setembro de 2015, o artista foi diagnosticado com Alzheimer. Em abril do ano seguinte, foi internado com uma fratura no fêmur. Ele também enfrentava problemas renais e, no mesmo mês, não resistiu às complicações de uma cirurgia e morreu, aos 81 anos.

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