EWAN MCGREGOR
Divulgação/Disney+
Ewan McGregor estrelou três filmes e uma série de Star Wars, mas precisou fugir do tema na meca dos nerds
Meca dos nerds, a New York Comic Con enfrenta uma situação inusitada neste ano. Por causa da greve dos atores que paralisou Hollywood, os artistas estão proibidos de divulgarem seus trabalhos --mesmo projetos antigos. Muitos deles sequer apareceram no evento, e os que deram as caras tiveram que improvisar. Escalado para uma conversa de uma hora sobre sua carreira, Ewan McGregor acabou dando receita de chá para uma plateia lotada de 3 mil fãs, muitos deles vestidos como os cavaleiros jedi de Star Wars.
O escocês de 52 anos fugiu de qualquer controvérsia com o SAG-AFTRA, o sindicato norte-americano de atores, e não citou nenhum dos longas em que já trabalhou.
O mais próximo que McGregor chegou de Star Wars foi quando um fã lhe ofereceu um barbeador com aparência de stormtrooper, que ele educadamente recusou. Ao falar sobre motocicletas, disse que adoraria ter uma speeder bike, veículo utilizado por personagens da saga espacial. "Mas acho que elas ainda não são produzidas", desconversou.
De resto, o painel foi sobre temas bem cotidianos. Questionado se prefere café ou chá, o ator correu o risco de cometer uma heresia entre os britânicos e optou pelo primeiro.
"Mas acabei de trabalhar no Reino Unido e foi o período mais longo que passei lá desde que me mudei para os Estados Unidos, em 2008. Aí, voltei a tomar chá, porque é o que se faz por lá. Acho que os norte-americanos não sabem apreciar tanto essa arte."
Empolgado, McGregor até ensinou a fazer o "chá perfeito". "Você pega sua chaleira e a aquece, joga água fervente, dá uma girada para esquentar e despeja fora. Depois, coloca água e o chá. Se deixar a infusão por menos de três minutos, terá a cor, mas não o sabor. Se esperar mais de três, terá as duas coisas e o chá ideal. Deus, eu posso escutar a voz da minha avó dizendo isso (risos)", brincou ele, que ainda deu uma dica extra: "Coloque um pouco de leite na xícara e só depois o chá. E nada de açúcar ou mel, já é doce o bastante!".
O intérprete de Obi-Wan Kenobi também relembrou o tempo em que morou em Nova York e indicou seus lugares favoritos na cidade --a região de NoHo, SoHo e TriBeCa--, mas rejeitou um clássico da culinária local. "Não sou muito de comer bagel", assumiu, quase que se desculpando.
Sem poder falar sobre cinema ou TV, o escocês citou os trabalhos no teatro. "Eu fiz alguns vilões na minha carreira, vivi Iago em uma produção de Othello em Londres [em 2007], e ele é considerado o grande vilão das artes. Era uma montagem bem sombria no começo e ia se iluminando. No fim do primeiro ato, dava para ver todo mundo na plateia. Vi alguns amigos que foram me ver sem avisar, o que me deu um nervosismo quando os percebi lá. Mas a sessão mais marcante foi a que minha filha, Esther, foi assistir. É uma peça pesada, e ela era muito nova, mas adorou tudo!"
Quase no fim da conversa, ao perceber que alguns fãs não tinham entendido o motivo de nenhuma pergunta sobre Star Wars ter sido feita, o ator decidiu se explicar. "Estou 100% apoiando a greve, do lado do meu sindicato. É difícil estar aqui e não poder falar sobre os filmes, sei que deve ser frustrante não poder ouvir também", justificou.
"A greve é muito importante, e é importante que façamos isso. Há tantas coisas que precisam ser abordadas, e é uma vergonha que os estúdios estejam demorando tanto para uma resolução. Mas era importante para mim estar aqui e ver vocês, porque nós fazemos os filmes para vocês".
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