Preconceito contra crente? Fernanda Torres faz autocrítica e expõe problemas

Fernanda Torres refletiu sobre uma frase dita por ela em uma edição de 1993 do Roda Viva, em que citava ter "preconceito de crentes", em referência a pessoas que ela julgava acreditarem em situações absolutas na vida. A atriz e escritora assumiu uma outra visão sobre o assunto nos últimos 30 anos, e admitiu que hoje não repetiria a frase que se tornou meme nas redes sociais.

Em entrevista ao Roda Viva na segunda (8), Fernanda discorreu sobre o papel dos evangélicos na sociedade. "Jamais repetiria isso hoje. Os evangélicos ocuparam um lugar que o estado não ocupou", disse ela, no programa transmitido pela TV Cultura.

"Eu acho triste que demonizam as religiões de matriz africana, acho triste isso no Brasil. Eu lutaria por um culto evangélico que fosse sincretista", acrescentou a filha de Fernanda Montenegro. Ela ainda revelou que buscou se distanciar do título de "substituta" da mãe.

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"Meus pais fizeram a loucura de me dar o mesmo nome deles. Eu passei muito tempo achando que a saída para mim era ser substituta da minha mãe, e com sentimento de que se eu não estivesse caminhando para isso, eu ia falhar", relembrou.

Com o tempo, eu fui vendo que não precisava virar ela, e também fui fazendo outras coisas, fui me distanciando. E eu também acho que eu não tenho a vocação de atriz da minha mãe.

Preconceito de crente?

Um trecho da entrevista de Fernanda Torres no Roda Viva, em 1992, virou meme nas redes sociais. Na época com 26 anos, a atriz respondeu ao questionamento do apresentadorSerginho Groisman se ela tinha algum preconceito. Fernanda prontamente respondeu que sim.

"Contra crente. Crente ingênuo, que acredita no bem, no mal. Não preconceito a ponto de não poder falar, mas tenho pena de quando o cara é tão crente na vida, ele vai apanhar muito. É como acreditar em política", afirmou ela.

"Eu tenho pena de quem é crente na vida, porque vai apanhar muito. Acredito nas coisas de uma maneira vital, não de uma maneira crente. Não acho que o teatro vai salvar ninguém", exemplificou Fernanda.