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BÁLSAMO DA FELICIDADE

Por trás de sucesso, Paulo Gustavo faz dor virar comédia: 'O riso é remédio'

DIVULGAÇÃO/GLOBO FILMES

O ator Rodrigo Pandolfo como Juliano à esquerda, Paulo Gustavo como Hermínia no centro e Mariana Xavier como Marcelina à direita em cena de Minha Mãe É Uma Peça

Rodrigo Pandolfo, Paulo Gustavo e Mariana Xavier em Minha Mãe É Uma Peça: tristeza transmutada em alegria

DANIEL FARAD, do Rio de Janeiro

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 3/1/2021 - 6h50

Alguns dos momentos mais cômicos do espetáculo teatral ou dos três filmes de Minha Mãe É uma Peça foram bastante difíceis fora da ficção. Paulo Gustavo mergulhou na própria história e transformou a mãe, Déa Lúcia, na protagonista dona Hermínia para fazer da própria dor uma espécie de bálsamo da felicidade. "Quando eu começo a ficar triste, eu transformo tudo em risada", diz.

Ele exalta a matriarca da família, que enfrentou inúmeras dificuldades para criar os três filhos e colocar comida na mesa depois de uma separação. "Muita coisa que tem no filme não foi nada engraçada na vida real. Dona Hermínia é muito sozinha como a minha mãe foi, porque trabalhava muito para criar a gente. Foi uma guerreira até se aposentar", afirma o ator ao Notícias da TV.

O humorista se surpreende até hoje ao ver as pessoas gargalhando diante de alguns pontos de sua história que lhe causam um sentimento completamente diferente. "Aquele jeito dela falar no filme não era risível para a gente. Era difícil criar um filho sem dinheiro, mas eu peguei aquela tragédia toda e fiz humor", confidencia.

Paulo conta que, além das piadas, a terapia o ajudou a desfazer alguns nós do passado e a se enxergar de uma forma transparente no espelho. O processo de autodescoberta foi fundamental para que ele atravessasse o período de maior isolamento social com certa tranquilidade.

"Foi como se eu já tivesse pago a minha conta nesses 15 anos de terapia, então não fiquei em crise comigo. Consegui ficar sozinho, olhar para o teto, escutar música. Deu tudo certo. Eu vi que eu conseguia parar, que hoje eu posso tirar um tempo para mim. No início da carreira, naquela excitação, eu não conseguia. O meu corpo que obrigava", avalia o fluminense.

Processo de cura

Paulo se orgulha de que os seus textos não fizeram bem apenas para a sua saúde mental, mas também para o público que o acompanha desde que subiu nos palcos pela primeira vez com o figurino de dona Hermínia. "Um senhor de 80 anos foi pela primeira vez ao teatro porque ele ria comigo, e a família fez todo um esforço para ele me assistir", afirma.

As redes sociais também lhe dão um retorno do trabalho, assim como a própria família. "Recebo mensagens de gente com câncer, depressão, que assiste aos meus vídeos para se alegrar. Outro dia, minha mãe foi visitar uma prima no hospital e ficou muito emocionada ao ser reconhecida pela enfermeira, que passava os meus vídeos para os pacientes", lembra.

As crianças são as que mais lhe tocam em um momento que ele vivencia a paternidade ao lado do marido, Thales Bretas. "Um garotinho que fazia quimioterapia foi me assistir e me disse que não tinha problema o cabelo cair porque ia ficar parecido comigo. O riso é um remédio para muita gente", pondera o comediante.


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